O diretor da Polícia Judiciária (PJ), Luís Neves, é ouvido na terça-feira como testemunha no julgamento do caso do roubo de Tancos, que decorre em Santarém. Luís Neves é ouvido depois de já ter prestado declarações na fase de inquérito.
Recorde-se que o caso de Tancos surge na sequência de um assalto ocorrido em 27 de junho de 2017, na qual foram furtados diversos artigos de material de guerra do exército português que se encontravam depositados nos Paióis Nacionais de Tancos (PNT), localizados naquela freguesia de Vilan Nova da Barquinha, Santarém. As armas seriam recuperadas pela PJM no dia 18 de outubro desse mesmo ano, localizadas num terreno baldio da Chamusca, naquilo que o Ministério Público e a PJ acreditaramdesde a primeira hora tratar-se de uma operação encenada.
O processo, em fase de julgamento, tem 23 arguidos, dos quais dez respondem por associação criminosa, tráfico e mediação de armas e terrorismo, pelo alegado envolvimento no furto do armamento; os restantes 13 arguidos – entre eles o antigo ministro da Defesa, Azeredo Lopes, dois elementos da PJ Militar, Luis Vieira e Vasco Brazão, e vários militares da GNR – respondem pela encenação e encobrimento na recuperação do material ocorrida na região da Chamusca, numa operação que envolveu a PJM, em colaboração com elementos da GNR de Loulé.