O presidente da junta de freguesia de São Teotónio pediu, esta sexta-feira, a demissão do ministro da Administração Interna. Em causa está aquilo que considera uma “trapalhada” causada pela “incompetência” do Governo na gestão da cerca sanitária imposta naquela freguesia do concelho de Odemira.
“Mediante esta enorme trapalhada, causada, sobretudo, pela incompetência que o Governo, principalmente o ministro da Administração Interna, tem mostrado em gerir uma situação que tem provocado danos imensos na população e na imagem da freguesia, deveria ter o bom senso de se demitir”, disse Dário Guerreiro, citado pela agência Lusa,
De realçar que o Executivo socialista decidiu esta quinta-feira, em Conselho de Ministros, prolongar a cerca sanitária em São Teotónio e Longueira-Almograve, face ao crescente número de infeções por covid-19, associado sobretudo à população migrante que trabalha no setor agrícola.
Dário Guerreira considera que “o Governo e o ministro tinham noção do que se passava” naquela zona “há vários anos” no que diz respeito à situação em que vivem trabalhadores agrícolas. Contudo, “pouco foi feito”.
“Agora, para concluir este circo mediático todo, têm-nos presenteado com uma trabalhada imensa ao longo desta semana e que irá durar, pelo menos, mais uma semana”, criticou, sublinhando que esteve “totalmente contra a imposição da cerca sanitária” desde o início.
“Já ninguém percebe para que é que está a servir esta cerca, porque os casos têm descido acentuadamente nos últimos dias”, notou.
O autarca destaca, no entanto, que não recebe “todas as informações relativas aos casos existentes” no território e que essa falta de informação o leva a pensar “que, afinal, a cerca não é uma cerca sanitária” e que a medida tem “outros motivos e fins quaisquer”.
Dário Guerreiro destaca que devido à medida decretada pelo Governo “várias atividades” na freguesia “estão paradas e a ser prejudicadas”.
O autarca defende que o Governo “tem que encontrar rapidamente uma forma de compensar” as pessoas que estão “impedidas de trabalhar e que vão estar impedidas de trabalhar mais uma semana”.