CDS acusa Governo de censura e defende touradas na RTP

RTP vai acabar com as touradas. Centristas consideram decisão “totalmente inaceitável”.

O CDS classifica como “totalmente inaceitável” a decisão de a RTP deixar de transmitir corridas de toiros. Os centristas defendem, em comunicado, que “a decisão do Governo, que se inscreve numa política de absoluta desconsideração pela tauromaquia e pela liberdade de escolha, certamente influenciada pelos partidos da extrema- esquerda que o têm vindo a suportar, é totalmente inaceitável”.

O partido liderado por Francisco Rodrigues dos Santos defende que “a RTP é uma concessionária de serviço público e não pode adotar critérios editoriais discriminatórios que expressam uma vincada falta de respeito por uma tradição portuguesa centenária”.

Os centristas argumentam que as touradas “sempre foram transmitidas pela televisão pública ao longo dos anos, permitindo que muitos portugueses, que por diversas razões não se podem deslocar a uma praça de touros, não fiquem inibidos de assistir a este espetáculo”.

O comunicado lembra também que “as transmissões televisivas obtêm uma média por corrida na ordem do meio milhão de telespetadores, atingindo sempre picos de 700 mil telespetadores por corrida. Isto faz com que as touradas sejam dos programas mais vistos, na RTP, além chegarem a liderar as audiências em vários horários”.

Por último, o CDS acusa o Governo liderado por António Costa, nomeadamente o secretário de Estado do Cinema, Audiovisual e Media, Nuno Artur Silva, de tentar “impor o seu gosto aos mais de três milhões de portugueses aficionados, censurando uma das práticas culturais mais antigas do nosso país”.

O novo contrato de concessão do serviço público de rádio e TV não permite que sejam transmitidas mais touradas na RTP. A televisão pública transmitiu apenas uma corrida de toiros em 2020 e acabou com o programa dedicado à tauromaquia.

 

Censura

A Federação Portuguesa de Tauromaquia acusou o secretário de Estado Nuno Artur Silva de estar a “preparar a censura das touradas na RTP”.

Hélder Milheiro defendeu que estamos perante uma “tentativa de censura e de imposição política de uma cultura de Estado, algo que a Constituição portuguesa proíbe”.

O plano para a retoma da atividade apresentado pela Federação Portuguesa de Tauromaquia reivindica a “transmissão de cinco espetáculos tauromáquicos em 2021 através do canal público de televisão (RTP), promovendo a cultura portuguesa e permitindo o acesso da população à mesma, numa lógica de serviço público”.

O regresso de um programa de tauromaquia à RTP2, que existiu até 2012, foi outra das reivindicações feitas pelos defensores da tauromaquia.