Apesar de o ministro das Infraestruturas ter elogiado o papel dos operadores de telecomunicações durante a pandemia, uma vez que entendeu que foi um setor que “não parou o seu investimento”, defendeu que a crítica e litigância é “muito pouco produtiva” e retira valor às sinergias. A garantia foi dada por Pedro Nuno Santos, no 30.º congresso da Associação Portuguesa para o Desenvolvimento das Comunicações (APDC), dedicado à reinvenção da tecnologia.
O governante começou por salientar que desde o último congresso, em novembro de 2019, e o dia de hoje, “o mundo mudou de uma forma que ninguém poderia na altura prever”.
E lembrou que, durante “este longo período de emergência, o Governo e os operadores souberam encontrar em conjunto as respostas para assegurar a continuidade das comunicações”, acrescentando que “fizeram-no reforçando as redes de comunicações das funções críticas do Estado, nos sistemas de saúde, nas empresas e nas casas das famílias, assegurando comunicações gratuitas e ilimitadas para os profissionais de saúde, garantindo a possibilidade dos portugueses recorrerem com sucesso ao teletrabalho e impedindo o corte dos serviços de comunicações nas famílias com menores possibilidades de pagamento.
Pedro Nuno Santos foi mais longe ao afirmar que “como resultado deste esforço conjunto, o tráfego de dados em comunicações mais que duplicou durante o confinamento, o comércio eletrónico teve um enorme crescimento, e todos nos habituamos” a uma outra forma de trabalhar e viver. E lembrou que, o setor das comunicações não parou o seu investimento, soube responder às necessidades dos cidadãos e das empresas e deu o seu contributo para uma rápida transição digital”, destacou o ministro.
No entanto, chamou a atenção para o facto de os desafios do futuro serem “mais importantes do que os esforços do passado e que os interesses comuns” e, como tal, considera que “é esse o espírito com que o Governo olha para os problemas e é com este espírito que conta com os operadores, o regulador e as autarquias para desenhar, executar a política de comunicações que o país precisa”, salientou, referindo que acelerar a transição digital em curso traz enormes desafios.
“Queremos que Portugal melhore nos níveis de literacia digital, o que passa por chegar a parte da população que ainda está distante destas ferramentas, queremos também que as empresas portuguesas possam beneficiar da transição digital, que é uma das fundações da reindustrialização que o país necessita”, conclui.