O Valor Acrescentado Bruto gerado pelo Turismo (VABGT) registou uma quebra de quase metade (48,2%) no ano passado face ao ano anterior, anunciou o Instituto Nacional de Estatística, que a compara com a redução de 4,6% do VAB da economia nacional.
A estimativa preliminar do gabinete de estatística mostra ainda que o consumo de turismo no Território Económico (CTTE) caiu 50,4%, enquanto o Produto Interno Bruto (PIB) diminuiu 5,4%.
Já as importações de turismo registaram uma redução de 46,1% no ano passado, embora menos acentuada que a das exportações (créditos), refletindo as fortes limitações às viagens internacionais decorrentes da pandemia. «Esta situação poderá ter-se refletido num acréscimo de poupança dos residentes e numa diminuição menos significativa da despesa por parte dos residentes em turismo interno e, provavelmente em menor grau, da despesa com outros bens e serviços», justifica o INE.
As estimativas não são as melhores: O INE prevê uma «redução sem precedentes» da despesa do turismo recetor, que caiu mais de 50% face a 2019.
As previsões estimam ainda que a atividade turística tenha gerado um contributo para o valor nominal do PIB no ano passado, direto e indireto, de 12,8 mil milhões de euros, correspondente a 6,3% (11,8% em 2019).
Proveitos com reduções de mais de 70% em março
Já relativamente ao mês de março, o INE avança que o setor do alojamento turístico registou 283,7 mil hóspedes e 636,1 mil dormidas, o que correspondem a quebras de 59% e 66,5%, respetivamente. Já as dormidas de residentes caíram 20,2% (-74,9% em fevereiro) e as de não residentes recuaram 86,2% (-94,5% no mês anterior). «Note-se que estas variações homólogas, em março, incidem sobre o primeiro mês de 2020 em que o impacto da pandemia covid-19 já foi sentido significativamente», relembra o gabinete de estatística.
A taxa líquida de ocupação-cama (10,1%) baixou 7,1 pontos percentuais (p.p) (-26,6 p.p. em fevereiro).
Os proveitos registados nos estabelecimentos de alojamento turístico atingiram 26,4 milhões de euros no total e 20,6 milhões de euros relativamente a aposento, correspondendo quebras de 73,5% e 71,4%, respetivamente.
Já no conjunto dos primeiros três meses do ano, foi registada uma quebra de 80% das dormidas totais, que resultou de quebras de 59,3% nos residentes e de 90% nos não residentes.
Apesar dos números dramáticos, estes já mostram uma melhoria face ao mês de fevereiro e poderão dar a volta quando Portugal abrir as fronteiras, esta segunda-feira, aos britânicos.