Já não é a primeira, nem a segunda vez que João Galamba faz posts ofensivos nas redes sociais que, depois de se tornarem virias, retira. Mas o secretário de Estado, ao contrário do que aconteceu com João Soares (o primeiro remodelado por António Costa no seu primeiro Governo), não cai. António Costa tem segurado firmemente o secretário de Estado Adjunto e da Energia, que passou novamente a ter a cabeça política a prémio após se ter referido ao ‘Sexta às 9 (RTP) como «estrume» e «coisa asquerosa».
Galamba parece ter o dom de escapar-se entre os pingos da chuva, porque sempre que está no centro do furacão, outra tempestade se abate sobre outro memrbro do Governo e como não passa de secretário de Estado, acaba por conseguir safar-se da mira da oposição.
Não é o caso de Francisco Rodrigues dos Santos, que esta semana assestou baterias e deixou claro querer derrubar dois de uma vez: o ministro Cabrita e o secretário de Estado Galamba. Em declarações ao Nascer do SOL, Rodrigues dos Santos faz uma nova incursão contra o Governo, afirmando que «o primeiro-ministro está em modo ‘avestruz’ [porque] tem optado por enterrar a cabeça na areia» e teima em «não assumir que cometeu um claro erro de gestão e recursos humanos no atual Executivo».
António Costa afirmou no plenário ocorrido esta semana que o Secretário de Estado «já tirou as consequências» e que «tem de se saber aguentar». Rodrigues dos Santos discorda do primeiro-ministro: «Entrámos num estado em que a impunidade é declarada e assumida». E recorda o caso de João Soares: «[nessa altura]O primeiro-ministro disse ao país que os membros do Governo até à mesa do café não se podiam esquecer dessa condição». Acrescentando: «É fácil perceber por que razão João Galamba não gosta de jornalistas, especialmente dos que investigam. Tem a escola de José Sócrates, lida mal com a verdade e com os factos. Não ouvimos uma única explicação deste cowboy dos teclados que, agora, parece ter feito uma pausa entre duelos».
Recorde-se ainda que João Galamba se limitou a retirar da sua conta no Twitter o comentário ofensivo para a jornalista Sandra Felgueiras e para o seu programa Sexta às 9. E com base nesta atitude, foi o ministro do Ambiente, de quem depende Galamba, quem veio a público afirmar que, dessa forma, o seu secretário de Estado tinha reconhecido que tinha utilizado uma «linguagem desajustada». Pois, mas já não é aprimeira nem a segunda vez.