Morreu este domingo o coronel Eduardo Dinis de Almeida, “um dos Capitães de Abril mais importantes da Conspiração que nos levaria à ação libertadora”. As palavras são do comandante Vasco Lourenço, presidente da Associação 25 de Abril, num comunicado enviado às redações.
Eduardo Dinis de Almeida nasceu a 7 de julho de 1944 e integrou o movimento dos capitães, mais tarde Movimento das Forças Armadas (MFA), desde as primeiras reuniões, realizadas em 1973.
De 24 para 25 de abril, Dinis de Almeida prendeu o comandante do Regimento de Artilharia de Penafiel, onde se encontrava colocado, tomou o controlo da unidade e avançou sobre Peniche, permitindo que, mais tarde, a sua coluna viesse a ocupar o quartel da Legião Portuguesa, na Penha de França, em Lisboa.
Foi colocado no Regimento de Artilharia Ligeira (RAL1, Ralis) e teve um papel de destaque na luta contra o ataque aéreo e aerotransportado que causou um morto e vários feridos, durante a tentativa de golpe spinolista de 11 de Março de 1975, impedindo assim que os seus atacantes tomassem a unidade. Depois do ataque, teve um papel importante na desmobilização das forças sem mais perdas de vidas, dialogando com elas à saída do quartel.
Entre o 11 de março e o 25 de novembro, Eduardo Dinis defendeu a aliança entre o povo e as Forças Armadas (Aliança Povo-MFA), assim como o aprofundamento das conquistas da Revolução de Abril.
Foi preso após o 25 de novembro e, apesar de ter saído ilibado de todas as acusações, a sua carreira de militar, tal como a de vários outros militares de abril, acabou por ficar prejudicada.
Em 2003, 30 anos após as suas primeiras aparições nas reuniões do MFA, Eduardo Dinis foi promovido a coronel.
Veio a exercer outras profissões, como a de psicólogo, continuando a manter a sua atividade cívica como defensor dos valores de abril.
De acordo com o comunicado enviado pela Associação 25 de Abril, o corpo do coronel irá para a Basílica da Estrela durante a tarde de amanhã, dia 18, e o funeral realizar-se à no dia seguinte, no cemitério do Alto de São João.