Caso Meco. Nadador-salvador diz que seria muito difícil sobreviver às ondas

O nadador-salvador referiu que seria “extremamente” difícil ouvir os gritos de socorro devido ao barulho das ondas e que “quando há contacto com um náufrago, este, normalmente, agarra-se de tal maneira que é muito difícil a qualquer pessoa libertar-se”.

Um nadador-salvador e fuzileiro da Marinha Portuguesa, Marco Bernardo, revelou, esta segunda-feira, no julgamento cível pela morte de seis estudantes universitários na Praia do Meco, no concelho de Sesimbra, que seria muito difícil qualquer pessoa sobreviver às ondas de três ou quatro metros.

Apesar de não estar no local na noite da conhecida como “Tragédia do Meco”, Marco Bernardo garante que as pessoas atingidas com ondas daquelas dimensões podem sofrer fraturas e a maioria perde a consciência de imediato.

De realçar que João Gouveia, o único sobrevivente da tragédia e réu no processo cível em que as famílias das vítimas pedem uma indemnização de mais de um milhão de euros, afirmou em tribunal que foi apanhado pela mesma onda dos colegas. O ‘dux’ da Universidade Lusófona, em Lisboa, disse ainda que teria ouvido gritos de socorro e que tinha tocado numa das vítimas sem a conseguir salvar.

No entanto, o nadador-salvador referiu que seria “extremamente” difícil ouvir os gritos devido ao barulho das ondas e que “quando há contacto com um náufrago, este, normalmente, agarra-se de tal maneira que é muito difícil a qualquer pessoa libertar-se”, escreve a agência Lusa.

Recorde-se que foram interpostas seis ações cíveis, em 2016, contra o ‘Dux’ João Gouveia e a COFAC — Cooperativa de Formação e Animação Cultural, CRL (Universidade Lusófona), segundo a família das seis vítimas mortais da tragédia que ocorreu a 15 de dezembro de 2013. Os pais das vítimas reclamam cerca de 225 mil euros, o que perfaz um valor global que ronda um milhão e 350 mil euros.