Um terço das empresas (33%) recorreu ao teletrabalho em maio e mais de um quinto (21%) registou uma redução nos custos de energia com este regime. Esta é uma das principais conclusões do 15.º inquérito realizado no âmbito do projeto Sinais Vitais, desenvolvido pela Confederação Empresarial de Portugal (CIP), em parceria com o Marketing FutureCast Lab do ISCTE.
Das empresas que adotaram o regime de teletrabalho, 8% diz ter registado uma quebra nos custos com despesas de deslocação e de natureza comercial (viagens, estadias, gasóleo, estacionamento) e 3% indicaram redução dos custos operacionais com telecomunicações e internet.
Do lado contrário, há quem tenha visto os custos subir: 33% das empresas referiram um aumento dos custos com aquisição de equipamentos informáticos, 29% viram crescer os “custos da distância dos trabalhadores e dificuldades de interação” e 27% tiveram despesa com com sistemas de segurança informática (cibersegurança). A compra de equipamentos informáticos, por exemplo, foi outro dos gastos que cresceu.
A verdade é que a maioria das empresas inquiridas (68%) classificou como “nada significativo” o impacto da redução de custos do teletrabalho.
Ainda no que diz respeito ao teletrabalho, no mês de maio 67% das empresas inquiridas não recorreram a este regime, enquanto 33% indicaram ter recorrido. Destas, 28% tinham apenas 28% dos seus trabalhadores em trabalho remoto.
A CIP não tem dúvidas que as empresas não estavam preparadas para o teletrabalho e que muitas o fizeram por “improviso”. “O teletrabalho foi improviso na maior parte dos casos, uma medida para travar o contágio”, disse Armindo Monteiro, na apresentação do inquérito, acrescentando que “as empresas e os trabalhadores não estavam preparados, o esforço de todos foi notável a adaptar à medida”.
Por isso, não tem dúvidas: a utilização deste regime durante a pandemia “não foi nem de perto nem de longe exemplo do que pode ser o teletrabalho”. “Ninguém pode dizer que ganhou com o teletrabalho”, atirou ainda.