O Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA) defendeu, esta segunda-feira, a vacinação de pessoas anteriormente infetadas com o vírus SARS-CoV-2, após a segunda fase do Inquérito Serológico Nacional (ISN) ter alertado para redução de anticorpos contra o vírus três meses após a infeção.
O estudo contou com a participação de “8.463 indivíduos, com idades entre 1 e 79 anos, recrutados entre o período de 1 de fevereiro a 31 de março de 2021, após o pico da terceira onda epidémica de covid-19 em Portugal”, lê-se no relatório.
“A metodologia de implementação foi semelhante à utilizada durante a primeira fase do ISN covid-19, seguindo as orientações técnicas da Organização Mundial de Saúde e do Centro Europeu de Controlo de Doenças”, assegura o INSA.
"Esta hipótese de decaimento dos anticorpos, justifica a atual opção de vacinar as pessoas previamente infetadas por SARS-CoV-2, apesar de o decaimento de anticorpos ao longo do tempo, e mesmo ausência de anticorpos detetáveis, poderem não corresponder a uma total ausência de proteção, dado o papel da memória imunitária e da manutenção de mecanismos de imunidade celular", indica o documento.
O estudo revelou ainda que “os indivíduos infetados por SARS-CoV-2 têm valores mais baixos de anticorpos do que os vacinados, à semelhança de resultados obtidos em ensaios clínicos (…), não sendo, no entanto, possível inferir quanto a diferenças no nível de proteção entre pessoas infetadas ou vacinadas. De qualquer modo, estes resultados suportam a opção de vacinação de pessoas previamente infetadas com SARS-CoV-2”.
A prevalência de anticorpos específicos contra o vírus SARS-CoV-2 na população residente em Portugal, foi de 15,5%, sendo 13,5% conferida por infeção. Norte, Lisboa e Vale do Tejo, Centro e Alentejo foram as regiões onde se observou uma maior seroprevalência.