O Atlético de Madrid deu uma machadada a sete anos de domínio absoluto do Barcelona e do Real Madrid na La Liga Santander. A equipa de João Félix conquistou o seu 11º título de campeão espanhol este sábado, em casa do Valladolid, vencendo por 2-1, na 38ª e última jornada, num jogo que os madrilenos não se podiam dar ao luxo de perder. As coisas não começaram bem para o Atlético de Madrid, que sofreu um golo logo aos 18 minutos, apontado por Óscar Plano num contra-ataque. Mas a equipa vermelha e branca, comandada por Diego Simeone, voltou do intervalo com toda a força, dando a volta com um golo de Ángel Correa, aos 57 minutos, e outro de Luis Suarez, aos 67, quatro minutos após João Félix, que não estava no 11 inicial, ser colocado no terreno de jogo.
Mal o árbitro apitou para o fim da partida – e até antes disso – nas ruas de Madrid irromperam os festejos, sobretudo em redor da praça Neptuno, o local tradicional para as celebrações do Atlético de Madrid.
Apesar das advertências expressas do presidente da Câmara da capital, Martínez Almeida, confesso adepto da equipa, que pediu comedimento na festa devido à pandemia, não se viram grandes precauções nas ruas. Contudo, não se sabendo ainda se a festa contribuirá para o alastrar da covid-19, já houve uma tragédia. Um rapaz de 14 anos, que seguia com vários amigos num carro, com a cabeça fora da janela, embateu com a cabeça numa parede, à entrada de um estacionamento subterrâneo, a caminho da Praça Neptuno, segundo o El País. Viria a falecer no local, vítima de um forte traumatismo crânio encefálico.
Entretanto, quando a própria equipa madrilena chegou ao seu estádio, que estava ao rubro, fizeram questão de ir lá fora, num banho de multidão, entre abraços, risos e lágrimas. Particularmente notório foi o entusiasmo de Luis Suarez, um jogador eternamente envolto em polémica – em 2014 chegou a morder o lateral-esquerdo italiano Giorgio Chiellini durante a Copa do Mundo. O uruguaio, que foi dispensado do Barcelona no início desta época, após seis anos de serviço no clube catalão, saindo por uns meros seis milhões de euros. Viria a apontar 21 golos este campeonato, tornando-se essencial na vitória dos vermelhos e brancos.
“Comecei por ser menosprezado”, acusou Suarez, em lágrimas, visivelmente emocionado durante os festejos. “O Atlético abriu-me as portas para que eu pudesse mostrar que ainda sou capaz e por isso estarei sempre grato por confiarem em mim”, garantiu o avançado, em declaração à Movistar. “São muitos anos no futebol. E este foi aquele em que mais sofri por tudo, daí a minha entrega em cada jogo”, explicou. “O Atlético teve um grande ano, apesar das dificuldades. Provámos ser a melhor equipa, a mais regular e, por isso, somos justos campeões”.