Tráfico de droga. Militar da GNR entre os mais de dez arguidos nas buscas no Porto de Setúbal

O militar é suspeito de dar “apoio logístico à organização criminosa”. Há ainda quatro detidos.

Quatro pessoas foram detidas e mais de uma dezena foram constituídas arguidas nas buscas no Porto de Setúbal, no âmbito de uma investigação ao tráfico internacional de droga, esta quinta-feira.

Num comunicado, a Polícia Judiciária (PJ) afirma que foram realizadas 21 buscas e “detidos quatro homens, suspeitos de integrarem organização criminosa de cariz transnacional dedicada à introdução, no continente europeu, de grandes quantidades de cocaína proveniente da América Latina”.

Dos quatro detidos, dois são antigos estivadores e os outros dois são camionistas de empresas que operam fora do Porto de Setúbal, revelou fonte ligada à investigação à agência Lusa. Foram ainda constituídos mais de uma dezena de arguidos, um dos quais militar da GNR, suspeito de dar "apoio logístico à organização criminosa".

A operação “contou com o apoio de várias unidades” da PJ e realizou-se “em inquérito tutelado pelo Ministério Público de Setúbal”.

No comunicado, a PJ explica que “em datas anteriores, se efetuaram várias apreensões de cocaína, no total de mais de duas toneladas daquele tipo de estupefaciente”.

“Uma dessas apreensões ocorreu em agosto do ano passado, quando, num centro logístico a norte de Lisboa, equipas da Polícia Judiciária intercetaram um contentor marítimo proveniente de um país da América Latina que transportava uma carga de caixas de bananas, entre as quais vinham dissimulados cerca de 375 kg de cocaína, tendo, nessa ocasião, sido detidos em flagrante delito quatro homens”, lê-se.

Esta quinta-feira foram apreendidas “diversas viaturas automóveis, material informático e de telecomunicações, uma arma de fogo ilegal, dinheiro e diversa documentação com interesse para a prova dos factos em investigação”.

Os detidos, todos cidadãos nacionais e com idades compreendidas entre os 46 e os 49 anos, serão presentes à autoridade judiciária competente para aplicação das medidas de coação tidas por adequadas. A PJ sublinha ainda que “a investigação prossegue”.