1. Culpa sistémica
Com a ofuscante iluminação que caracteriza a investigação nas ‘ciências’ sociais, o CNRS publicou um estudo que revela os proprietários de escravos indemnizados pelo Estado após a extinção da escravatura, podendo assim saber-se quem é descendente de proprietário de escravos.
Na linha dos estudos que avaliam o ‘custo da virilidade’, o propósito daquele só pode ser apontar o mesmo culpado de tudo, a saber: o homem branco com mais de 50 anos. Ainda que o estudo tivesse de revelar que 30% dos proprietários eram negros, o objetivo político é alimentar a pregação da autoflagelação eterna dos brancos.
Lembra um episódio de uma série satírica americana, South Park, em que brancos realizam testes genéticos para encontrar antepassados que tenham sido massacrados – e assim passarem de culpados a oprimidos pelo sistema. Depois do riso, tais visões maniqueístas começam a suscitar legítima revolta numa parte crescente da população, o que acabará por provocar um conflito violento. Mas não é esse o objetivo dos que veem racismos por detrás de tudo?
2. ‘Ciências’ (nada) ocultas
A. Sedas Nunes foi o introdutor da sociologia em Portugal e um dos pais fundadores do ISCTE. Depois dos muitos episódios que me ia contando do deslizamento daquilo, da atitude miserável dos que sem ele não teriam sido nada, dos ‘doutoramentos’ que lhe repugnavam, desistiu e foi para a Universidade Nova. E a derrapagem obscurantista do ISCTE prosseguiu. Um dia, o secretário de Estado da Educação, que nesse tempo ainda os havia a sério, Avelãs Nunes, de um PCP que identificara bem o fenómeno e o que ele traria, pediu-lhe para ir ao Ministério e disse-lhe: «Uma palavra do senhor Professor e encerramos imediatamente aquilo». Sabe-se a resposta e o seu custo.
3. Os inventores de racismo
Nem uma guerra fratricida que fez milhares de vítimas e trouxe para Portugal milhares de desalojados levou o povo admirável a hostilizar os portugueses africanos. Povo acolhedor mesmo dos refugiados de uma África a que nada nos liga. E agora, com a verdade da explosão de afetos na Guiné, alguém ainda se atreverá à infâmia de dizer que «Portugal é um país estruturalmente racista»? Por onde anda a Procuradoria-Geral da República?
4. Ergam-se também portugueses negros!
No editorial que abre o Le Point, F-O Giesbert aproximou a situação em França à do tempo de Vichy. Tal como fiz há duas semanas, evocando a cena da Marselhesa no filme Casablanca. Mas referiu um sinal de esperança. «Face aos epígonos islamo-esquerdistas do La France Soumise (Mélenchon, Hamon, Bayou, Piolle, Plenel, Autain…), os resistentes da França Livre chamam-se hoje Amine El Khatmi, Sonia Mabrouk, Rachel Khan, Fatiha Agag-Boudjahlat, Linda Kebbab, Lydia Guirous, Mohamed Sifaoui, etc. Imigrantes ou filhos de imigrantes, vindos muitos do que antes era a esquerda, conhecem bem os islamitas, sabem do que falam. São eles que na linha da frente defendem o futuro do país, a alma da França, que celebram sem demagogia contra os novos colaboracionistas».
5. ‘A mais fascista das reformas’
«A transformação da instrução pública em educação nacional é a mais fascista das minhas reformas». A frase é de Mussolini. Haverá melhores palavras para dizer o que se passa na nossa escola? Um grau de idiotização e catequização ideológica que consegue ser maior do que nunca, e tentam impor também no ensino privado.
Quando os rankings, por que me bati, começaram, havia 29 escolas públicas nas 50 primeiras melhores. Agora, zero. Esta escola pública condena sobretudo os mais pobres, por isso as desigualdades não pararam de crescer. Como e que Partido proporá levar os pobres para as melhores escolas?