O politicamente correcto está a fazer as pessoas perderem o emprego. Por uma notícia ter designado uma deputada do PS como ‘Preta’ levantou-se um clamor enorme de repúdio, e o jornalista responsável (Hugo P. Godinho) mais o editor (José Pedro Santos) que deixou passar o dito erro (apesar da notícia ser assim verdadeira e o assunto poder interessar ao leitor) – ambos da Lusa – já se demitiram.
Nos EUA, por exemplo, essas pessoas querem mesmo ser tratadas por ‘pretas’, e consideram racista a expressão ‘negro’.
Afinal o jornalista, condenado pelo politicamente correcto e que por isso não deverá arranjar mais emprego num meio de comunicação democrático, estava a dar uma informação útil aos leitores, mesmo que a referida deputada nunca tivesse agido em função da cor da sua pele, ou achasse isso, e mesmo que ele não quisesse (pelos vistos, mal) que o seu apontamento fosse publicado para informação dos leitores, e o destinasse apenas a informação mal compreendida pelo editor.
Pois desta vez, agiu contra isso, ela e muito mais gente. Será verdade que no princípio do Covid não se referia a cor dos mortos, para não se implicarem comunidades de imigrantes? E será isso a verdadeira informação? Serei eu demasiado incorrecto, ou só um defensor de uma informação completa e leal para os consumidores.
Afinal, nisto tudo, o tal jornalista, que não vê nada de mal em revelar a cor da pele de cada um, é o menos racista de todos. Os outros, considerando os pretos ou negros menores, acham mal. E acham até que isso justifica um despedimento e um pedido público de desculpas.
Talvez fosse bom tratarem-se todos contra o racismo: a deputada Romualda Fernandes, e quem lhe deu razão contra a Lusa, e a favor de um ou mais despedimentos anti-jornalísticos. Incluindo quem pediu desculpas em nome da Lusa.