Num conjunto de recomendações divulgado esta segunda-feira, o gabinete de crise da Ordem dos Médicos manifesta apreensão pelas mudanças anunciadas pelo Governo na matriz de risco, nomeadamente a inclusão de critérios de densidade, a exclusão do indicador de transmissibilidade (Rt) e a manutenção da ausência de critérios de gravidade.
Para a Ordem dos Médicos, “a definição de concelhos de baixa densidade baseia-se em critérios de coesão territorial insuficientemente caracterizados e sem implicações de saúde pública”, recusando que seja apenas utilizado este indicador para fundamentar as medidas de desconfinamento, que nas próximas etapas vão significar horários mais alargados e aumento da lotação de espaços públicos.
Os médicos propõem que, além do indicador da incidência, seja tida em conta “a taxa de positividade dos testes (e.g., à semelhança do European Centre for Disease Prevention and Control), de critérios de gravidade (e.g., número de internamentos em enfermaria e UCI, evolução temporal e óbitos), de cobertura vacinal (e.g., taxa por grupo etário, 1ª toma e esquema completo) e do impacto da circulação das novas variantes (e.g., percentagem no total e pesquisa de variantes em todas as formas graves e nos indivíduos infetados previamente vacinados)”.
O gabinete de crise da Ordem dos Médicos defende ainda o controlo rigoroso (testagem e quarentena) à entrada de todos os viajantes com estadia em locais de risco para as novas variantes; incentivo à testagem, em particular, a todos os sintomáticos (incluindo crianças e jovens) e deixam um apelo ao Governo para que “aproveite” a presidência europeia para definir critérios uniformes de desconfinamento na União Europeia, nomeadamente a implementação com a maior celeridade do passaporte vacinal.