Santos Populares. PSP vai limitar circulação no âmbito de “evento de muito alto risco”

Polícia promete condicionar o acesso a zonas de maior afluência com a colocação de grades ou fitas e pede às pessoas para não se deslocarem na noite de Santo António.

por Carmen Guilherme e Maria Moreira Rato

As autoridades anunciaram, esta terça-feira, as medidas previstas para os Santos Populares em Lisboa. Entrarão em vigor esta quarta-feira, 9 de junho, e vão prolongar-se até domingo, dia 13. Contudo, o controlo será mais apertado na noite de sábado para domingo, noite de Santo António.

António Silva, delegado da Administração Regional de Lisboa e Vale do Tejo, lembrou que tem havido um aumento de casos na região e, por isso, os Santos Populares são um “evento de muito alto risco”.

Já Domingues Antunes, superintendente da PSP, disse que há “uma particular preocupação” da polícia em “evitar o consumo de bebidas alcoólicas na via pública” e avisou que “não deixará de promover os autos”. Em colaboração com a Polícia Municipal, a PSP vai evitar ajuntamentos nos habituais espaços de festejos e colocar nas ruas um forte dispositivo policial.

Deste modo, estarão em vigor restrições rodoviárias e pedonais, no acesso a zonas conectadas com festividades, nomeadamente Bairro Alto, Avenida 24 de Julho e Cais do Sodré.

Serão colocadas grades e fitas em zonas onde habitualmente a afluência é maior, também não se poderá visitar livremente os miradouros da cidade, haverá fiscalização na rua contra os ajuntamentos e fiscalização do comércio, nomeadamente no cumprimento de horários.

Os cidadãos podem também contar com a proibição de fogareiros na via pública, o controlo no acesso a alguns bairros lisboetas, como Madragoa e Alfama, e as operações STOP, sobretudo na Avenida 24 de julho.

As medidas foram anunciadas no Comando Metropolitano de Lisboa, em Moscavide, contando o evento com a presença de Domingos Urbano Antunes, superintendente da PSP; António Carlos da Silva, delegado da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo e Paulo Brisos, comissário da Polícia Municipal de Lisboa.

Contudo, os serviços sociais da PSP vão organizar um arraial de Santo António, noticiou a revista Sábado – o “convívio ‘é já uma tradição’ e vai acontecer dia 12 de junho, no Baleal”. Fonte da direção nacional garantiu à revista que serão cumpridas todas as medidas de segurança.

 

“Tudo pode ser feito desde que haja contenção”

É de lembrar que a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, disse, no dia 1 de junho, que os portugueses podem continuar a divertir-se, a conviver e a “fazer determinados eventos dentro da lei”, mas tem de haver “contenção”. E deixou um alerta: “Não podemos morrer na praia”.

“Tudo pode ser feito desde que haja contenção”, começou por dizer aos jornalistas, num evento que assinalava o Dia Mundial da Criança.

“Se conseguirmos garantir contenção, acho que podemos fazer determinados eventos, dentro da lei, das normas e das orientações que existem. Se não conseguirmos garantir essa contenção, então é preferível abstermo-nos”, acrescentou.

A diretora-geral da Saúde lembrou ainda que “há muita gente que não está vacinada”, estando “vulnerável”, pelo que pede aos portugueses “que se divirtam, que convivam, mas que continuem a ter precauções e, sobretudo, que não corram riscos desnecessários”.

“Estamos na fase de ter calma e de aguardar mais uns meses para que possamos exercer em pleno os nossos direitos e as nossas liberdades”, sublinhou.

Na passada quinta-feira, o presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, frisou que a decisão de não autorizar a realização de arraiais populares “era a única que se impunha”, devido aos riscos de disseminação da pandemia.