Inglaterra pode só vir a rever a lista verde de países com regras mais facilitadas para turismo em agosto, sem fazer alterações na lista verde na avaliação prevista para 28 de junho. A indicação foi avançada esta terça-feira pela imprensa inglesa, apresentando-a como uma das consequências do protelamento da continuação do desconfinamento até 19 de julho, anunciado por Downing Street na segunda-feira. Portugal foi dos poucos destinos europeus a entrar na lista verde do Reino Unido em maio e foi excluído no inicio do mês, o que levou milhares de britânicos a regressar mais cedo a casa e a adiarem férias, já que voltou a ser obrigatório fazer quarentena de 10 dias no regresso. As autoridades inglesas justificaram a decisão com o aumento da positividade (positivos no total de testes) e também da confirmação de casos da variante delta com uma mutação adicional, também já identificada na variante sul-africana, e sobre a qual existem receios de menor eficácia vacinal, embora ainda não existam estudos concretos. Ao Nascer do SOL, o Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças admitiu que vão levar várias semanas. Na altura estavam confirmados 90 casos em todo o mundo da variante delta com esta mutação, 12 em Portugal e 36 em Inglaterra. Os ingleses analisaram os testes de 200 britânicos que regressaram de Portugal ainda antes da final da Champions no Porto, tendo encontrado três positivos, dos quais não revelaram as variantes em causa, mas o alerta, ao que o i apurou, terá começado aí.
Agora a próxima avaliação está prevista para 28 de junho, com dados já deste mês – até aqui, as avaliações feitas pelo Joint Biosecurity Centre (JBC) têm incidido em dois períodos, cobrindo um leque de indicadores que vai do número de testes e positividade em cada país à análise dos testes de viajantes que regressam a Inglaterra. “Infelizmente, julho é um fracasso. O Governo está a sinalizar muito claramente que está a planear abrir viagens ao exterior, para os principais países europeus e EUA, em agosto. Ouvi isto de várias fontes”, disse esta terça-feira Paul Charles, da operadora turística PC Agency, ao jornal britânico i. “Eu e muitos outros no setor acreditamos que agora precisam de definir uma data. Da mesma forma que fixaram a data de reabertura doméstica para 19 de julho, deveria haver a data de 31 de julho para reabrir devidamente as viagens ao exterior, principalmente àqueles que já foram totalmente vacinados”, defendeu.