O presidente executivo da Caixa Geral de Depósitos (CGD) garantiu que o desejo do banco público é que o processo relativo ao financiamento ao Novo Banco acabe. “O que, pessoalmente, a Caixa deseja é que este processo acabe, que sejam definidos os custos, que seja algo totalmente previsível, que é o que todas pessoas do setor financeiro, e não só, apreciam”, disse Paulo Macedo no Parlamento, onde esteve a ser ouvido na comissão de inquérito ao Novo Banco.
O gestor classificou ainda como “situações um pouco absurdas” a banca estar “a financiar um concorrente” que “dizia que quereria comprar outro banco”, no caso o EuroBic. “Isso obviamente é um desvirtuar, no meu entender, de algumas regras básicas”, considerou o gestor.
Paulo Macedo disse também que o Acordo de Capitalização Contingente (CCA), que vinculou o Fundo de Resolução a financiar o Novo Banco em caso de perdas depois da venda do banco à Lone Star, em 2017, não foi uma “boa solução”. E foi mais longe: “Não vejo que no futuro próximo haja compradores que aceitem uma solução destas”, considerou, dando para isso motivos como “todo o desgaste, toda a polémica e toda a parte de prolongamento do processo” em torno do Novo Banco nos últimos anos. Mas ainda assim, defendeu ser a “solução menos má”, acrescentando que “evitou que houvesse uma maior instabilidade no sistema financeiro. Acho que foi importante ter resolvido o problema”.
Também o antigo presidente da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) disse no Parlamento que o relatório elaborado após o caso BES mostra que a entidade atuou de forma “independente e corajosa”. Carlos Tavares considerou ainda que essa atuação do supervisor de mercado “causou alguns dissabores”, até “pessoais”.