O Ministério Público (MP) pediu, esta sexta-feira, uma pena não inferior a 22 anos de prisão efetiva para o homem acusado pelo homicídio qualificado de Bruno Candé, baleado em julho do ano passado na Avenida de Moscavide, em Loures.
O MP defendeu, nas alegações finais no Tribunal de Loures, que o Evaristo Marinho, reformado de 76 anos, "deverá ser condenado a uma pena não inferior a 22 anos de prisão", sublinhando que "ninguém tem o direito de tirar a vida a ninguém".
A acusação explicou que já "teria havido um desentendimento antes" entre as partes e que arguido "teve intenção de matar". "Tratou-se de premeditação. […] O senhor Evaristo já ia munido com uma arma de fogo. […] A arma já vinha com a munição na câmara", acrescentou a procuradora.
Os "factos são extremamente graves", e o arguido terá tirado da vida de Bruno Candé "de uma forma fria", afirmou também, acrescentando que o crime se deveu a motivos de caráter "fútil […] e de origem étnica".
"A motivação é fútil e torpe. Não havia qualquer justificação para nenhuma discussão. O ódio racial resulta demonstrado pelas palavras que foram ditas a Bruno Candé", disse, salientando que "foram corroborados pelas perícias".
Já a defesa do arguido sublinhou que Evaristo Marinho está "em estado de conformação", reconhecendo que o crime foi "surpreendente" por não ter antecedentes criminais. "Temos um arguido conformado e resignado com a sua vida e com o seu futuro", disse a advogada.
O coletivo de juízas determinou a leitura do acórdão para o dia 28 de junho, às 11h.