por Luís Jacques
Engenheiro Civil
A resolução do Conselho de Ministros nº 70/2021 que cria uma Comissão Executiva, formada por 10 pessoas que poderão chegar às 14, para as comemorações dos 50 anos do 25 de Abril e que vai funcionar 5 anos e 7 meses, é uma afronta aos portugueses e um desrespeito pelo sofrimento que têm passado com a pandemia do Covid-19.
Numa altura de crise sanitária, agravada com as crises económica e social profundas, em que muitas empresas foram obrigadas a fechar e muitos portugueses perderam o emprego e estão sem rendimentos, o governo em vez de socorrer quem precisa nomeia mais uns "boys & girls" socialistas para comemorar o 25 de Abril que irá ocorrer em 2024, terminando as suas funções em 31 de Dezembro de 2026!
Nos últimos tempos o governo socialista tem dado provas que vive numa bolha fora da realidade e pelos vistos o Presidente Marcelo vive na mesma bolha, pois foi incapaz de explicar que esta iniciativa não faz qualquer sentido.
Se o capitão Salgueiro Maia, herói do 25 de Abril de 1974, que depois da revolução voltou para as suas funções de oficial de cavalaria em Santarém fosse vivo, fazia outro 25 de Abril para acabar com os privilégios e as mordomias da classe política que se acha superior ao comum dos cidadãos.
A classe política portuguesa devia seguir o exemplo dos políticos do centro e norte da europa que prestam um serviço público à sociedade e que não têm os privilégios e as mordomias que os políticos portugueses têm.
Se o Presidente Marcelo, que uma vez mais desvalorizou as críticas que foram feitas, tivesse falado com o seu amigo António Guterres ele dir-lhe-ia que a constituição desta comissão, numa altura de crise sanitária, económica e social profundas, não faz qualquer sentido.
Uma vez mais o governo socialista, para agradar a comunistas e bloquistas, vai fazer do 25 de Abril uma festa permanente, à custa dos impostos dos portugueses, nomeando mais uns "boys & girls" da geringonça.
O ex-primeiro-ministro António Guterres tinha pudor e era incapaz de tomar estas atitudes. Pelos vistos o primeiro-ministro António Costa e os membros do governo socialista não só não têm pudor como não têm vergonha na cara.
Além da gravidade da nomeação da comissão executiva, a escolha de Pedro Adão e Silva não é inocente, pois vem premiar o apoio que tem prestado aos governos socialistas de José Sócrates e António Costa.
Espero que o general Ramalho Eanes não pactue com esta indecência e que o Presidente Marcelo reflita bem que, no exercício das suas funções, tem de se preocupar com todos os portugueses e ainda há muitos que vivem em condições de pobreza. Portugal é dos países mais pobres da zona euro, mas os políticos portugueses gostam de dar festas para eles, à grande e à francesa, com o dinheiro dos portugueses.