O relatório das Nações Unidas afirma que a Austrália não cumpriu com as principais metas para a melhoria da qualidade da água e não fez o suficiente para proteger a Grande Barreira de Coral das mudanças climáticas. A UNESCO alertou o governo australiano de que o recife deveria ser colocado na lista de sítios do Património Mundial que estão “em perigo” devido aos danos que sofreu nos últimos cinco anos.
A Grande Barreira de Coral, ao largo da costa de Queensland, no nordeste da Austrália, é o maior organismo vivo da Terra, visível até mesmo do espaço. O ecossistema de 2300 km de extensão compreende quase 3000 recifes individuais e 900 ilhas. Foi declarada Património da Humanidade em 1981 e a UNESCO considerou adicioná-la à lista de “em perigo” há três anos.
Contudo, a ministra do Meio Ambiente, Sussan Ley, disse que especialistas da ONU renegaram as garantias anteriores e que a Austrália planeia contestar a listagem, numa reunião no próximo mês. Ley alegou ter existido uma política por detrás dessa decisão: “A mudança climática é a maior ameaça a todos os ecossistemas de recifes do mundo e há 83 propriedades naturais do Património Mundial que enfrentam ameaças das mudanças climáticas, não é justo simplesmente destacar a Austrália”, acrescentou.
O Comité do Património Mundial é um grupo de 12 nações presidido pela China, que teve uma relação diplomática difícil com Canberra nos últimos anos.
Uma das “disputas” entre a UNESCO e a Austrália prende-se com o estatuto do recife. Quando em 2017, a Organização das Nações Unidas, falou pela primeira vez do risco, Canberra comprometeu-se a gastar três mil milhões (cerca de 2 mil milhões de euros) para melhorar a saúde da Grande Barreira de Coral. No entanto, vários eventos de branqueamento no recife levados a cabo nos últimos cinco anos causaram uma perda generalizada de coral. Os cientistas dizem que o principal motivo é o aumento da temperatura do mar como resultado do aquecimento global causado pela queima de combustíveis fósseis.