Taiwan pode ter de se “preparar para um possível conflito militar” com Pequim. O alerta foi dado pelo ministro dos Negócios Estrangeiros de Taiwan, Joseph Wu, acenando para o “aumento da intimidação militar da China sobre Taiwan”. E acrescenta: “Temos de acreditar que [essa ameaça] é real”, afirmou Wu durante uma entrevista à CNN, afirmando que “a China nunca renunciou ao uso da força e continua a realizar exercícios militares em torno de Taiwan”.
O alerta chega dias depois de o Ministério da Defesa de Taiwan ter denunciado a passagem de 28 aviões de combate da República Popular da China na Zona de Defesa Aérea do país na terça-feira. Este foi o maior número de aviões de combate de Pequim desde que as incursões sobre a República da China começaram a ser divulgadas por Taiwan em setembro de 2020.
Altos funcionários chineses têm afirmado que é “necessário parar as forças pró-independência de Taiwan para manter a paz no Estreito”, uma ameaça que, apesar de tudo, deixa Wu “honrado”.
“O autoritarismo não pode tolerar a verdade. Não me interessa se continuam a dizer que me vão perseguir para o resto da minha vida”.
O ministro dos Negócios Estrangeiros fez ainda questão de referir a situação de Hong Kong, sob a lei da segurança nacional chinesa, utilizando o o recente encerramento do Apple Daily, jornal crítico de Pequim, como uma “tragédia”, uma vez que era “ um símbolo do jornalismo independente”.
As relações entre Taipé e Pequim deterioraram-se, na sequência da chegada ao poder, em 2016, de Tsai Ing-wen, do Partido Democrático Progressista, tradicionalmente hostil ao Governo chinês.
A ilha é independente desde 1949, mas Pequim considera que Taiwan é parte da China e devia reunificar, se necessário, pela força.