O governador do Banco de Portugal acredita que a redução de trabalhadores na banca não irá atingir a dimensão das que aconteceu no passado recente, face à melhoria da eficiência dos bancos. Em audição na comissão de orçamento e finanças, quando questionado pelo deputado do PCP Duarte Alves sobre despedimentos de trabalhadores bancários, Mário Centeno afirmou que, atualmente, a banca tem “desafios muito grandes, desde a digitalização às baixas taxas de juro (com consequências significativas para a rentabilidade da atividade bancária)”, e que entre as formas de os bancos reagirem a esses desafios está a mudanças nas estruturas, incluindo com redução de trabalhadores, para ganharem resiliência.
“Uma parte dessa resposta passa, em algumas instituições, por reduzir a força de trabalho, isso é verdade, é uma tendência global”, afirmou o governador do Banco de Portugal.
O ex-ministro das Finanças disse ainda que, apesar desta difícil situação, a redução de bancários em Portugal tem acontecido através de “processos negociados”, com “recurso a acordos de compensação, na generalidade dos casos, acima dos mínimos” exigidos pela lei nas indemnizações por despedimento.
“A banca tem de garantir resiliência, que erros passados não se voltam a cometer e isso inclui também uma lógica de racionalização da sua atividade muito significativa”, vincou.
Recorde-se que os grandes bancos portugueses vão reduzir milhares de trabalhadores este ano, como é o caso do BCP e do Santander Totta. Ainda esta quarta-feira, o Santander disse que o plano de reestruturação prevê a saída de 685 pessoas através de reformas antecipadas rescisão e rescisões por mútuo acordo.