Luís Filipe Vieira vai passar mais uma noite detido. O presidente do Sport Lisboa e Benfica ainda não foi ouvido pelo juiz de instrução Carlos Alexandre e os interrogatórios só deverão acontecer amanhã, sexta-feira.
Desta forma, tanto Vieira, como os outros três arguidos – o filho Tiago Vieira, o empresário José António dos Santos, conhecido como ‘O Rei dos Frangos’ e o empresário desportivo Bruno Macedo – vão deixar o Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC) e regressar às instalações da PSP em Moscavide, onde passaram a última noite.
O Nascer do SOL sabe que Luís Filipe Vieira só foi identificado pelo juiz Carlos Alexandre e passou as últimas horas com o seu advogado, Magalhães e Silva, a analisar o processo que tem os atos que constam do mandado de detenção.
Assim, os quatro arguidos da chamada operação cartão vermelho, que começou em 2018, também só deverão conhecer as medidas de coação a ser aplicadas amanhã, já depois de serem ouvidos por Carlos Alexandre, caso queiram falar.
Entretanto, o Conselho Superior da Magistratura (CSM) emitiu um comunicado, no qual esclareceu os horários de todo o processo, nomeadamente que a entrega dos autos no TCIC, com origem no DCIAP, ocorreu pelas 15h17 horas. O início da identificação dos arguidos e comunicação dos factos, ocorreu pelas 15h40 e foi depois disponibilizada uma sala individual aos advogados "para conferência com o seu constituinte e para consultarem os meios de prova, a partir das 15h45". As identificações e comunicação de factos terminaram às 16h07. Segundo a mesma nota, o despacho que determina a passagem a 1.º interrogatório judicial, foi proferido pelas 15h35.
Tal como i avançou, a venda de 25% do capital do capital da Benfica SAD a um empresário estrangeiro, obtendo com esta alienação ganhos milionários, sem a ter comunicado ao regulador dos mercados (o que representa uma contraordenação considerada muito grave, sujeita a multa elevada) é um dos objetos da investigação de que Luís Filipe Vieira está a ser alvo.
A este ilícito juntam-se ainda as suspeitas da prática de crimes de burla qualificada ao Fundo de Resolução bancária, de fraude fiscal qualificada e de branqueamento de capitais. Que estarão relacionados também com a transferência de jogadores (nomeadamente César Martins, Galeano e Cláudio Correa Ganiza) e quantias milionárias que foram desviadas da Benfica SAD para contas de Vieira.