Os dados mais recentes do Instituto Nacional de Estatística não mentem: a população residente em Portugal cresceu menos no ano passado do que em 2019. Não será surpresa, sabe-se que o país conta com uma população envelhecida, mas continua a ser o Interior a sofrer mais com a baixa de residentes. Feitas as contas, a população residente em Portugal, a 31 de dezembro de 2020, foi estimada em 10 298 252 pessoas, mais 2 343 pessoas que em 2019. Este ligeiro crescimento está relacionado com o saldo migratório de 41 274 pessoas (44 506 em 2019), que compensou o saldo natural negativo, agravado em 2020 para -38 931 (-25 214 em 2019). Mas comparando com o que se passava em 2011, data dos últimos Censos concluídos, seremos já 244 mil residentes no país.
Dos 308 concelhos no país, apenas 42 viram a população aumentar desde 2011. No caso da perda, o caso mais dramático é Alcoutim, em Faro, que de 2011 para 2020 perdeu um quarto dos habitantes, passando de 2816 para 2077. Também segundo as estimativas de residentes do INE, segue-se Gavião, no distrito de Portalegre, baixou de 4069 habitantes em 2011 para 3183 no ano passado, uma perda de 886 habitantes (-21% de habitantes).
A maioria das zonas que perderam habitantes situa-se no interior do país. Do lado contrário, o concelho com maior subida neste período é Arruda dos Vinhos, que passou de 13702 habitantes em 2011 para os 15774 no ano passado. Seguem-se, por esta ordem, Alcochete, Montijo e Odivelas, todos próximos de Lisboa. A área metropolitana de Lisboa foi de resto a única região do país onde a população aumentou nestes dez anos, com a população da sub-região do Oeste a conseguir manter-se. Alto Alentejo, Beira Baixa, Beiras e Serra da Estrela, Alto Tâmega e Trás-os-Montes foram as regiões que perderam mais residentes.