por Miguel Judas
A situação mundial continua em acelerada degradação, em direção ao abismo.
Na ‘frente’ europeia tivemos: a recusa de uma série de países de Estados da UE (ou dos USA?) em aceitar um diálogo direto com a Rússia, conforme havia sido proposto por Merkel e Macron; a continuidade das provocações de navios da Nato (até agora ingleses e holandeses) a entrar nas águas territoriais da Rússia, invocando o não reconhecimento da integração da Crimeia; as declarações do general americano comandante das forças instaladas na Europa sobre a existência de planos militares para a ocupação do território russo de Kaliningrado; a realização de exercícios militares da Nato na Lituânia, junto da fronteira com a Rússia, sob a designação de Iron Wolf, o nome do movimento fascista lituano criado em 1927 que teve parte ativa na execução de polacos e judeus, muito acarinhado pelos neonazis lituanos de hoje. Ver em: https://www.youtube.com/ watch?v=zpPmcy288d, em https://www.youtube.com/ watch?v=SlCnVa-JrWM e ainda em https://www.youtube.com/ watch?v=2T02yn_i3Cs&t=69s
A UE está com o pé no laço, prontinha a estatelar-se (e a desaparecer) ao primeiro puxão dos EUA e do RU.
Na ‘frente’ da Ásia Central, verifica-se a vergonhosa (e duvidosa) retirada dos EUA do Afeganistão, onde permaneceu durante 20 anos, entregando o poder assim como os seus próprios armamentos aos taliban. Prova-se assim que essa guerra não se destinava a eliminar os taliban (’vingando’ os 3.000 mortos americanos nas torres gémeas) mas sim em assegurar, no início do século, uma ‘ocupação militar’ da Ásia Central destinada a apoiar os esforços americanos e ‘ocidentais’ de desmembramento da Rússia, da tomada do controlo dos vastos recursos naturais daquela grande região (o centro do mundo de Clauzewitz) e a tentativa de desagregação das províncias ocidentais da China.
Esse projeto gorou-se tanto pela recuperação da Rússia como potência mundial como pelos êxitos económicos e políticos da China em toda a Ásia. Hoje resta aos americanos e ‘ocidentais’ a sua retirada e substituição por uma força taliban tipo Daesh que procurará continuar, agora com ‘tropas indígenas’, a tarefa de desestabilizar a área, designadamente tudo que respeite à continuidade do projeto da Nova Rota da Seda. (Lembremo-nos como o Daesh foi criado, com base no material militar ‘abandonado’ pelos americanos na sua primeira retirada do Iraque)
Ficam-se, como ganhos, o grande negócio, antes proibido e depois recuperado, da heroína (transportada em aviões militares) e a entrada dos seus ‘lucros’ na grande banca de Wall Street.
Na zona da Ásia-Pacífico, temos a notar os impulsos norte-americanos a uma declaração da independência de Taiwan, procurando levar a China a uma intervenção militar direta, e as declarações de Tóquio ‘empurrando’ os EUA a uma participação direta nesse eventual (e desejado) conflito que poria em causa o trânsito marítimo naquela parte do mundo, levando a um bloqueio de facto das exportações chinesas e ao seu encurralamento.
O grande objetivo é bloquear a China (por terra e por mar), naquilo a que se poderia chamar como a suprema humilhação, ao mesmo tempo que se criaria a ‘máxima tensão’ sobre a Rússia tanto pela frente europeia como pela asiática.
É claro que todos estes ‘planos ocidentais’ redundarão num fracasso geral e levarão à aceleração da decadência de todo o ‘ocidente’, senão à liquidação da civilização humana no planeta.
Estamos a ver, em Portugal, sob a liderança estratégica do MNE Santos e Silva, como nos posicionamos neste grande quadro destrutivo. O melhor seria arrepiarmos caminho porque senão nem vai haver tempo para ‘recebermos a bazuca’ e nem teremos dinheiro para comprar botões para as calças…