«O balneário… o Figo é que f… o balneário. O melhor foi Zidane, sem dúvida. Figo era um filho da p…. Como esse menino… Raúl. Os dois piores foram Figo e Raúl.» Estas foram as palavras, alegadamente, proferidas por Florentino Pérez em 2006. É o conteúdo do sexto episódio de uma série que tem vindo a manchar o nome do dirigente merengue durante toda a semana. Trata-se de uma série de gravações, onde se ouve Florentino Pérez a falar sobre vários jogadores, treinadores e agentes, sem tecer propriamente elogios, publicadas pelo jornal espanhol El Confidencial. O insulto a Luís Figo terá acontecido em 2006, e é a mais recente revelação do jornal, que, na mesma peça, revela que Pérez chamou «idiota» a Guti. «É como uma cabra. Ele é o pior inimigo de si mesmo», ouve-se ainda o dirigente a dizer.
Pérez tinha já mencionado o nome de Figo, quando falava sobre Vicente del Bosque, que treinou a equipa merengue entre 1999 e 2003. Pérez acusou o antigo selecionador nacional espanhol, em 2006, de não saber nada sobre técnicas, e de ser um «parvo». «O Del Bosque não tem trabalho porque toda a gente sabe que ele não é treinador. Não sabe treinar, não sabe dirigir um grupo, não sabe de tática, trabalho físico. Nada. É um anormal!», pode-se ouvir nas gravações. Pelo meio, deu ainda para misturar Del Bosque, Figo e ainda Raúl, jogador que Pérez insultou também em outras ocasiões, facto tornado público pelas gravações do El Confidencial. «Quando o Figo chegou, fez-se amigo do Raúl e eles os dois, juntamente com o Hierro, mandavam no grupo. O tolo do Del Bosque nem fazia a mínima ideia do que se passava».
Descontextualização
O pesadelo de Florentino Pérez ganha todos os dias novos contornos, desde a publicação das primeiras gravações, na terça-feira passada. Naquele mesmo dia, Pérez garantiu tratarem-se de «frases soltas, retiradas do amplo contexto em que foram produzidas», e que estaria a ponderar a ação legal. O dirigente dos blancos é ouvido nas diferentes gravações a insultar várias figuras, como Iker Casillas, Raúl, Cristiano Ronaldo, José Mourinho, Pinto da Costa e Jorge Mendes.
Entretanto, a rádio espanhola Onda Cero tornou público que o dirigente merengue foi chantageado, em 2011, pelo jornalista espanhol José Antonio Abellán, que ter-se-á encontrado com Eduardo Fernández de Blas, vice-presidente do clube, para exigir 10 milhões de euros para ‘fazer desaparecer’ as gravações que agora se tornaram públicas. Uma informação mais tarde corroborada pelo Real Madrid, apesar da negação pública que o mesmo jornalista fez, através de um tweet, aproveitando a desculpa para acusar Pérez por usar «o site do clube e os sócios em seu proveito pessoal».