Comemorar um aniversário ganhou uma nova dimensão. As confirmações relativas à presença dos convidados deixaram oficialmente de passar pela típica e simples mensagem de duas palavras, como por exemplo ‘conta comigo’, para dar lugar a uma imagem que tem vindo a ganhar destaque nas galerias dos smartphones: trata-se, claro, da fotografia do teste rápido à covid-19, comprovativo da notícia positiva de que o vírus não foi detetado. Com a fotografia reencaminhada para o aniversariante ou para o grupo organizador, fica finalmente concluído o processo que garante o nosso lugar no local determinado.
A famosa e nem sempre sincera resposta daqueles que diziam que só queriam a nossa presença quando questionados sobre o que gostariam de receber pelos anos tem finalmente razão de ser.
Com a consciência de que devemos continuar a seguir à risca todos os cuidados recomendados, estar presente conquistou definitivamente o estatuto de melhor presentinho. Isso mesmo, daqueles com o embrulho e laço de encher o olho, em que nos falta a coragem de rasgar o papel e procuramos minuciosamente o último bocadinho de fita-cola para não causar quaisquer estragos.
Nas redes sociais já parece ser regra: por ali, não há nenhum pormenor, seja qual for o evento, antes de ser primeiro partilhada a fotografia da praxe, ou seja com os testes ao molho – aliás, os únicos que podem estar desse modo -, a comprovar que o resultado final daqueles tracinhos individuais, a lembrar agora um código de barras, surgem apenas na região da linha de controlo (C).
Com a certeza de que as visitas à ‘cadeirinha da desgraça’ – como a Dra. da Farmácia dá as boas-vindas a quem por lá passa para realizar o teste rápido -, não vão terminar tão cedo, chega por enquanto a minha vez de inocular a 1.º dose da vacina.
São 9h32 quando entro pelo pavilhão. Espero daqui a pouco saber ver também as horas a que saí.