A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) anunciou esta terça-feira ter registado a Oferta Pública de Aquisição (OPA) obrigatória da Pluris Investments, de Mário Ferreira, sobre as ações da Media Capital que o empresário ainda não detém. Assim, “os acionistas da Media Capital poderão apenas alienar a sua participação no contexto da Oferta a lançar pela Pluris, com início no dia 21 de julho”.
Na mesma nota, a CMVM informa ainda que “autorizou que a Cofina retirasse a sua OPA sobre a Media Capital” e, por isso, “os acionistas poderão apenas alienar a sua participação no contexto da oferta a lançar pela Pluris”.
A entidade liderada por Gabriela Figueiredo Dias lembra que a oferta foi preliminarmente anunciada pela Pluris a 25 de novembro do ano passado, “na sequência de decisão da CMVM que considerou demonstrado o exercício concertado de influência dominante sobre a GMC, entre a Prisa Promotora de Informaciones, S.A. (Prisa) e a Pluris, até à alienação integral da participação da Prisa em 3 de novembro de 2020”.
Mais tarde, já em março deste ano, o auditor independente designado pela CMVM fixou um preço de referência de 72,5 cêntimos por ação, valor que está acima dos 67 cêntimos que tinham sido oferecidos por Mário Ferreira no anúncio preliminar.
Recorde-se que, em maio, o Conselho Regulador da ERC autorizou a alteração de domínio da Media Capital no âmbito da OPA anunciada por Mário Ferreira, tendo ponderado, entre outros fatores, a solvabilidade da Pluris e a correção do projeto e estudos por ela apresentados à ERC para o efeito.
A deliberação da ERC dizia que a Pluris Investments pode ficar com os 30,22% da dona da TVI mas Mário Ferreira e a Prisa teriam que levar a cabo um novo negócio, uma vez que existiu uma alteração não autorizada de domínio e, por isso, a lei determina a anulação da operação.
O novo negócio foi feito. “No dia 8 de junho de 2021, a ERC concedeu incondicionalmente a autorização para que a Pluris pudesse vir a adquirir o controlo da GMC, já depois de, nos termos estabelecidos por aquela entidade, a Pluris e a Prisa terem "repetido" o negócio que já haviam celebrado há mais de 1 ano”, informa a CMVM.