Portugal precisa de recuperar a economia fortemente afetada pela pandemia de covid-19, recuperação que “tem que ser feita com os olhos postos no futuro”. A garantia foi dada pelo primeiro-ministro, António Costa. “A recuperação económica tem de ser feita com os olhos postos no futuro e, por isso, os dois grandes motores dessa recuperação são enfrentar dois grandes desafios que temos pela frente — a transição climática e a transição digital”, disse o primeiro-ministro durante a apresentação do candidato socialista à Câmara Municipal de Coimbra, Manuel Machado.
E não tem dúvidas que o investimento previsto de 2750 milhões de euros previstos no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) vai permitir não só “contribuir para a reanimação imediata da economia”, como também “resolver um problema estrutural do país”.
“Se queremos manter entre nós as novas gerações, nós temos de assegurar condições para que as novas gerações possam ter autonomia de vida e viverem entre nós. Se queremos enfrentar o desafio demográfico, nós temos de criar condições para as novas gerações se autonomizarem e poderem construir a família que desejem construir”, acrescentou António Costa.
Oportunidade que não pode ser desperdiçada A recuperação económica é um assunto que, aliás, tem acompanhado os discursos do primeiro-ministro. “Vamos ter a oportunidade de ter, nos próximos sete anos, em média, para investir o dobro do que tivemos, em média, para investir desde que aderimos e até agora à União Europeia”, lembrou este sábado, deixando até um aviso: “Esta é daquelas situações em que não há mesmo uma segunda oportunidade, é uma oportunidade única e, se a desperdiçarmos, nunca nos poderemos perdoar a nós próprios e aqueles que são as próximas gerações nunca nos perdoarão se não cumprirmos”, garantiu António Costa.
O primeiro-ministro falava durante a apresentação da candidatura de Luís Moreira Testa à Câmara de Portalegre, onde deixou ainda claro o papel das autarquias. “É absolutamente essencial ter à frente das autarquias quem tenha uma visão clara da estratégia para a sua região e a ambição de que cada região seja um motor do desenvolvimento do conjunto do país”.
E acrescentou que “na política não há caminhos sem surpresas” e que, agora, existe “uma pandemia que ninguém imaginou”. “Atirar a toalha ao chão” ou “baixar os braços” não é solução, garantiu.
Recorde-se ainda que o primeiro-ministro já se tinha mostrado confiante em relação ao facto de Portugal estar entre os melhores a executar os fundos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), defendendo ainda que a parceria com o setor social garante maior coesão económica e territorial. “Este não é um plano do Estado, para o Estado e feito para o Estado. Este é mesmo um plano para o conjunto do país”, disse.