Alexandra Borges vai ser a nova diretora de Grande Reportagem e Investigação do Grupo Global Media. A jornalista abraça assim um novo desafio profissional a convite do presidente do grupo de media, apurou o Nascer do Sol.
Volta ao ativo, nove meses depois de ter deixado a TVI onde esteve nos últimos 20 anos, para conduzir um novo projeto de jornalismo de investigação.
A nova diretora de grande reportagem e investigação do grupo Global Media “terá uma equipa própria e autonomia para gerir de forma livre todas as suas investigações jornalísticas”, segundo disse fonte do Grupo Global Media a este jornal.
É uma das jornalistas mais reconhecidas pelos portugueses, além de ser também uma das mais premiadas. Em 2019, um estudo da Universidade Católica considerou-a a terceira jornalista mais influente do país, faz questão de lembrar a mesma fonte.
Começou como produtora da espanhola TVE em Portugal, quando ainda era estudante de comunicação social da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Em 1992, foi convidada para integrar os quadros da SIC e da TVI, mas acabou por aceitar o convite da RTP, passando assim a integrar o grupo de jornalistas do Telejornal, ficando até 2000. Nesses oito anos fez a cobertura de vários cenários de conflito em Angola, Bósnia e Afeganistão.
Alexandra Borges passou ainda pela CNN, em Atlanta, pela Globo, no Rio de Janeiro e deu aulas de jornalismo no Ensino Superior. Em 2000 aceitou de José Eduardo Moniz para entrar para a TVI, onde fez a cobertura dos ataques de 11 de setembro nas Torres Gémeas, Nova Iorque.
Passou então a integrar uma equipa de grande reportagem de onde só saiu, dezanove anos depois, para apresentar um programa de investigação com a sua assinatura, que se viria a revelar um sucesso de audiências.
A jornalista levou a cabo várias reportagens que não só receberam prémios, como foram impulsionadoras de significativas mudanças legislativas, como ‘A saúde tem preço’, que terá levado à aprovação de um medicamento inovador para a hepatite C, ou a denúncia do plasma sanguíneo português que era desperdiçado enquanto se gastava milhões em estrangeiro. Em 2016 assinou uma reportagem sobre corrupção no caso Octpharma que culminou num processo judicial que levou à prisão do CEO da empresa Lalanda de Castro e do médico Luis Cunha Ribeiro, presidente da administração geral de saúde de Lisboa e Vale do Tejo.
Destaque ainda para a série de peças ‘Segredo dos Deuses’, que assinou em conjunto com uma equipa por si coordenada, sobre o polémico esquema ilegal das adoções da IURD; ou para a reportagem sobre o problema de vida que ‘Ângela’ vivia após a morte do seu marido que lhe deixara sémen criopreservado no Hospital de São João, para que um filho dos dois fosse uma realidade, mas que até então não era permitido por lei. Situação diferente da atual, tendo havido recentemente uma alteração legislativa sobre a lei de procriação medicamente assistida motivada pelo debate nacional que se gerou após a emissão da reportagem.
Para a jornalista, uma das histórias que mais a envolveu foi a de Margarida, uma menina de 8 anos que sofre de um grave problema pulmonar que, de acordo com relatórios clínicos, só o transplante do pulmão a pode salvar. Depois da emissão da reportagem no programa Alexandra Borges, em dezembro de 2019, milhões de portugueses não faltaram ao pedido de ajuda e a família de Margarida está hoje mais capaz e capacitada.
Aos 53 anos, esta mãe de dois filhos prepara-se para um novo desafio profissional prometendo a marca com que habituou os portugueses, na área da Grande Reportagem, da Investigação Jornalística, agora no Digital do Grupo Global Media, do qual Marco Galinha é o maior acionista e presidente do Conselho de Administração.