A Caixa Geral de Depósitos que apresentou um lucro de 294 milhões de euros, o que representa uma subida de 18% face a igual período do ano passado, apesar de ter constituído imparidades em 90 milhões de euros tendo por base «preventiva».
O banco liderado por Paulo Macedo explica que esta evolução é sobretudo «consequência da boa performance dos resultados de operações financeiras, que dispararam 210% para 122 milhões de euros, sendo que os proveitos core mantiveram tendência negativa»: a margem financeira caiu 8,5% para 480 milhões de euros, sendo compensada parcialmente pelo aumento das comissões, que subiram 9% para 310 milhões de euros.
Os empréstimos subiram 2,7% para 49,2 mil milhões de euros até junho, com a Caixa a destacar a nova produção de crédito hipotecário de 65% neste período, «resultando na liderança do mercado com uma quota de nova produção de 24,4%, até maio de 2021». O banco justifica esta subida expressiva da nova produção com baixa produção no segundo trimestre de 2020, devido ao confinamento.
Já os depósitos de clientes aumentaram 4,5 mil milhões de euros (+6,3%), «impulsionado pelo aumento da taxa de poupança das famílias e demonstrando a confiança e vinculação dos clientes na Caixa».
O banco público revelou ainda que a 30 de junho contava com 5473 milhões de euros em moratórias, uma redução superior a 500 milhões de euros face a janeiro. Em causa, estão 57.263 operações, uma redução de 9.807 face ao início do ano.
Por sua vez, as linhas de crédito covid-19 ascenderam a 2.098 milhões de euros, quando em 31 de janeiro estavam em 1.266 milhões de euros. As linhas de garantia pública representaram 1.258 milhões de euros e as de garantia FEI (Fundo Europeu de Investimento) 800 milhões de euros.
Também o número de trabalhadores foi cortado. Nos primeiros seis meses do ano assistiu-se a uma redução de 135 trabalhadores, 72 por reforma ou pré-reforma e 27 por rescisão por mútuo acordo, disse Paulo Macedo, durante a apresentação de resultados.
De acordo com o CEO, no início do ano, a Caixa contabilizou 325 pedidos de trabalhadores que queriam sair do banco, ainda assim, garante que não tem perspetivado um número definido de saídas de trabalhadores ou um objetivo concreto, apesar de garantir que estas saídas continuar. «É algo que tendencialmente acontece. Uma parte das pessoas quer aproveitar as condições de saída. A Caixa terá que fazer antecipação [de saídas] como os outros bancos, que o fazem para se tornarem mais competitivos»,referiu.