A colecionadora de arte alemã, Angela Gulbenkian, de 38 anos, respondeu pelo furto de 1.061.484 libras (cerca de 1,24 milhões de euros) à empresa Art Incorporated Limited, do consultor Mathieu Ticolat, e 50.000 libras (58 mil euros) à cliente Jacqui Ball. Tendo sido ontem condenada, num tribunal de Londres, a três anos e meio de prisão, a que será deduzido o período que já passou encarcerada.
Ambas as empresas terão pago a Angela Gulbenkian, que é casada com Duarte Gulbenkian, sobrinho-bisneto do empresário arménio Calouste Gulbenkian, para mediar a compra de uma escultura da artista japonesa Yayoi Kusama, intitulada Yellow Pumpkin. O problema foi que o dinheiro nunca chegou a aparecer e, no começo do mês, a colecionadora declarou-se culpada face a alegações de que «teria ficado com o dinheiro sem nunca ter entregado a obra».
Segundo a agência Bloomberg, o juiz David Tomlinson proferiu a sentença, dizendo que a colecionadora de arte havia quebrado a «confiança e responsabilidade». «Eu confiei em Angela Gulbenkian devido ao seu nome de família», disse Mathieu Ticolat ao juiz, acrescentando que negociar com a corretora e colecionadora era como «lidar com alguém que fugia, estava sempre a mentir, a fabricar ‘emails’, a tentar fazer crer em algo que não existia». Por outro lado, David Groome, o advogado de Angela, afirmou que as intenções da sua cliente, no âmbito do negócio, sempre foram as «melhores e honestas». Contudo, «a tentação foi demasiado grande».
Em junho do ano passado, a Lusa noticiou que a corretora e colecionadora de arte tinha sido detida pela Polícia Judiciária no cumprimento de um mandado emitido pelo Reino Unido, tendo a visada ficado em prisão preventiva até o processo de extradição ser decidido pelo Tribunal da Relação de Lisboa. Em dezembro, o Supremo Tribunal de Justiça (STJ) Português reconheceu que Angela Gulbenkian, devia ter sido libertada em novembro, antes de a Interpol a ter ido buscar à prisão para a extraditar para o Reino Unido.