O número de diagnósticos a baixar foi um dos sinais verdes para o alívio das restrições, a par da redução de internamentos e do rácio de óbitos face a vagas anteriores. Os dados disponibilizados pela DGS permitem concluir que esta semana a incidência continuou a baixar, sendo a exceção o Alentejo. Os peritos propuseram e o Governo adotou como novo patamar de risco os 480 casos por 100 mil habitantes e o país regista agora uma incidência a nível nacional na casa dos 410, o que reflete cerca de 42 mil diagnósticos neste período. Nos últimos sete dias já foram menos 19% do que nos sete dias anteriores, 19 mil casos, uma média diária 3021. Para permanecer abaixo do patamar dos 480 casos por 100 mil habitantes, o país terá de continuar abaixo de uma média diária de 3.500 casos. António Costa admitiu que, se necessário, poderá haver recuos no plano que avançará com levantamento de mais restrições quando se atingir 70% e 85% da população vacinada. Não especificou, mas a proposta dos peritos foi que caso o país volte a estar acima dos 480 casos por 100 mil habitantes, haja um travão.
Apesar de já não vigorarem medidas diferenciadas por concelho, os dados divulgados na quinta-feira pela DGS mostram que ainda há vários concelhos acima deste patamar, mantendo-se o Algarve com a incidência mais elevada. Sines, Portimão e Albufeira são os concelhos com maior incidência, acima dos 1.000 casos por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias.
A acompanhar a descida de incidência tem estado uma descida da testagem, que se verificou na semana passada pela primeira vez e continua nesta. A positividade continua acima dos 4% mas desceu na semana passada revelou ontem a DGS e agora parece ter estabilizado, o que os peritos ouvidos pelo Nascer do SOL admitem dar alguma segurança mas a vigiar: não está a baixar para os níveis que chegou a atingir em maio antes do recrudescimento da epidemia. Os dados sobre testagem publicados pela DGS vão sendo consolidados com o passar dos dias mas com a informação ontem publicada era possível calcular uma quebra de 2,3% na testagem na semana passada e de cerca de 10% nos primeiros três dias desta semana face aos primeiros três dias da semana passada. Em Inglaterra, uma maior relutância em fazer testes na altura de férias tem sido um dos fatores apontados para a inesperada descida de incidência após o levantamento de restrições.
Por cá, o Governo anunciou esta semana que julho foi o mês com mais testes desde o início da pandemia, uma média diária de 64 mil. O mês ainda não está fechado, mas foram diagnosticados mais de 83 mil casos de covid-19 e registaram-se até esta quinta-feira 243 mortes, três vezes mais do que em junho. A maioria das vítimas tinha mais de 70 anos, 125 mais de 80.