Os resultados dos exames nacionais do 12º ano ontem divulgados pelo Ministério da Educação mostram descidas acentuadas. Após, no ano passado, devido à pandemia, terem sido introduzidas regras excecionais que beneficiaram os alunos, as notas voltaram ao “normal”. Das 24 disciplinas às quais era possível realizar exame, 20 desceram as notas.
As provas com mais alunos foram, como é hábito, as de Português, Matemática A, Fisico-Quimica e Biologia e Geologia. Destas, apenas a primeira conseguiu ter resultados semelhantes aos observados em 2020, com uma média a atingir os 12 valores.
O exame de Físico-Química foi o único que obteve uma classificação média negativa, com 8,9 valores – uma descida de 3,4 valores em relação ao ano passado.
A prova de Biologia e Geologia conseguiu, tal como a de Português, atingir a classificação média de 12, tendo, no entanto, sido verificada uma descida em relação a 2020, em que a nota atingiu os 14 valores.
A disciplina de Matemática A obteve este ano uma classificação média de 10,6 valores, uma descida de 2,7 valores quando comparada com o ano anterior.
As regras que vigoraram nos Exames Nacionais de 2020, definidas pelo Instituto de Avaliação Educativa (IAVE) devido à pandemia de covid-19, fizeram com que os resultados subissem até 3,3 valores – o que é necessário ter em conta na hora de fazer comparações.
Em 2020 as provas passaram a integrar grupos com perguntas opcionais, onde só as respostas melhor classificadas contavam para o resultado final. Este ano, apesar de os exames ainda contemplarem grupos de perguntas opcionais, estes tinham o triplo das perguntas de resposta obrigatório – para evitar notas “demasiado altas” de acordo com o IAVE – já sendo por isso expectável a descida nos resultados.
No cômputo geral de todas as provas, aquela que obteve uma média mais elevada foi a de Mandarim (Iniciação) – para qual estavam inscritos apenas 8 alunos – com 16,7 valores.
Em termos do numero de provas realizadas, a disciplina de Biologia e Geologia lidera com 36 517 exames feitos, seguida de Português (com 34 318), Matemática A (com 34 124) e Físico-Química (com 32 802).
A disciplina de História B foi a que contabilizou mais faltas, com 36% dos alunos inscritos a não comparecerem no exame, seguida de História A e Filisofia.
Tal como no ano passado, este ano os alunos tiveram apenas de realizar exames às disciplinas de que precisavam para concorrer ao ensino superior, não sendo necessários para terminar o ensino secundário.
Os estudantes têm agora até sexta-feira para decidirem se se querem candidatar à segunda fase, que começa no dia 1 de setembro.
De acordo com uma publicação feita em Diário da República no início do mês passado, os alunos que se encontraram em isolamento devido à covid-19 ou com doenças graves aquando da primeira fase do exame, poderão, “a título excecional”, utilizar “os exames finais nacionais do ensino secundário realizados na 2.ª fase de exames do ano letivo 2020-2021” como prova de ingresso “na 1.ª fase dos concursos de acesso e ingresso ao ensino superior de 2021-2022”.
A Comissão Nacional de Acesso ao Ensino Superior afirma que criou esta medida com o objetivo de minimizar “eventuais impactes discriminatórios”.