Os combatentes talibãs tomaram as capitais provinciais de Kunduz e Sar-e-Pol, no norte do Afeganistão. Esta conquista, realizada no domingo, representa uma enorme vitória simbólica para o grupo insurgente.
Os combatentes estão a realizar uma ofensiva, aparentemente imparável, tendo já conquistado outras duas capitais regionais na semana passada. Estas foram as primeiras desde o início da retirada das tropas estrangeiras.
As forças de segurança afegãs só controlam espaços limitados como um aeroporto e uma base militar onde permanecem, disseram fontes militares.
Entre as cinco capitais provinciais que já foram conquistadas pelos talibãs, Kunduz, que já tinha sido alvo de ataques frustrados em 2015 e 2016, foi a mais importante. Esta cidade apresenta um grande valor estratégico e simbólico devido às suas ligações a algumas das maiores cidades do Afeganistão, como Cabul, e ao Tajiquistão.
Kunduz também foi o palco da rendição dos combatentes talibãs em 2001, quando abandonaram as armas depois de uma ofensiva levada a cabo por soldados dos Estados Unidos e do Reino Unido.
Esta nova ofensiva talibã foi motivada pela retirada das tropas por parte da administração do Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que considerou a intervenção militar no Afeganistão, que já durava há duas décadas, como uma “guerra impossível de vencer”, cita o Guardian. A decisão levou a um colapso no sistema de segurança do Afeganistão.
Depois dos Estados Unidos mencionarem a intenção de abandonar o país, em maio, grande parte da comunidade internacional fez o mesmo, e, desde então, o grupo insurgente conseguiu controlar grande parte da zona rural do Afeganistão e está a cercar dezenas de capitais provinciais.
A oeste, perto da fronteira com o Irão, estão a decorrer combates intensos nos arredores de Herat, informaram autoridades de segurança à Reuters. O chefe do hospital desta região, Arif Jalali, referiu que já foram registadas 36 vítimas mortais e pelo menos 220 feridos nos últimos onze dias. Segundo Jalali, mais da metade dos feridos são civis, e, entre os mortos, estão mulheres e crianças.
Apesar de os Estados Unidos terem retirado as suas tropas do país, o Pentágono está a efetuar ataques aéreos de forma a tentar impedir o avanço dos talibãs.