Detido estrangeiro que criou esquema de pirâmide com seguros que rendeu três milhões

Criou uma empresa, com instalações, colaboradores e veículos, para simular uma verdadeira atividade comercial. Atividade ilícita começou em 2018, agora preparava-se para fugir do país.

A Polícia Judiciária (PJ) deteve um cidadão estrangeiro, de 48 anos, suspeito de vários crimes de burla qualificada, falsificação de documentos, branqueamento e prática ilícita de atos ou operações de seguros, que terão começado em 2018 e que renderam um total de três milhões de euros.

A detenção foi efetuada no final da semana passada, quando o suspeito se preparava para abandonar o país, informou a PJ em comunicado.

No âmbito da operação, do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Évora, intitulada Dolce Vita, foram realizadas diversas buscas, que permitiram apreender seis viaturas, diversos objetos e documentação.

"O suspeito agora detido, terá convencido inúmeras vítimas de que era supervisor de uma empresa corretora de seguros espanhola e que se encontrava autorizado a comercializar, em Portugal, produto financeiro da companhia que representava, de elevada rentabilidade e de capital garantido", adiantaram as autoridades.

“Criou para o efeito uma empresa, com instalações, colaboradores e veículos, visando simular uma verdadeira atividade comercial e garantir a permanente entrada de fundos", acrescentou a PJ, sublinhando que se tratava de um “’esquema em pirâmide’ ou ‘ponzi’, de rentabilidade inexistente e simulada, em que os valores dos primeiros investidores são reembolsados através dos valores entregues pelos seguintes e assim sucessivamente, até que o sistema deixe de ser alimentado e, inevitavelmente, sejam perdidos todos os valores não reembolsados, até então”.

A PJ comunicou também que os elementos recolhidos revelaram que o esquema teria atingido já a última fase e que o arguido se prepararia para abandonar o país. A investigação permitiu ainda estimar que a “atividade ilícita, presumivelmente iniciada em 2018, ascendeu a mais de três milhões de euros”.

O detido foi presente à autoridade judiciária no Tribunal de Instrução Criminal de Évora para primeiro interrogatório judicial e aplicação das medidas de coação, tendo ficado sujeito a prisão preventiva.