A taxa de desemprego fixou-se, entre abril e junho, em 6,7%, um valor que representa menos 0,4 pontos percentuais (p.p) do que nos primeiros três meses do ano, mas mais um ponto percentual do que no período homólogo de 2020.
Os dados foram divulgados esta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) que acrescenta que a população empregada aumentou para 4810,5 mil pessoas, número que já está acima dos níveis pré-pandemia.
Segundo os números do gabinete de estatística, a taxa de desemprego ainda não está nos níveis pré pandemia mas a população empregada já conseguiu recuperar tendo registado um crescimento de 0,8% entre abril e junho, em relação ao trimestre de 2019.
Feitas as contas, existem agora 4810,5 mil pessoas empregadas em Portugal, um crescimento de 2,8% face ao início do ano e de 4,5% em relação à taxa verificada no período homólogo de 2021. “Por sua vez, a correspondente taxa de emprego situou-se em 55% e aumento 1,4 p.p”.
“Esta variação resultou dos acréscimos ocorridos, principalmente, nos seguintes grupos populacionais: mulheres (76,1 mil; 3,3%); pessoas dos 55 aos 64 anos (39,7 mil; 4,5%); com um nível de escolaridade completo correspondente ao ensino superior (95,7 mil; 6,2%); empregadas no setor dos serviços (99,1 mil; 2,9%)”, detalha o INE.
“Resultados impressionantes” Numa reação aos dados divulgados, o ministro da Economia, garantiu “os resultados são impressionantes”.
No vídeo enviado aos jornalistas, Siza Vieira defendeu que “a população empregada em Portugal, neste período, é um máximo histórico e ultrapassou mesmo os valores do segundo trimestre de 2019”, disse, acrescentando que, atualmente, “há quatro milhões oitocentas e dez mil pessoas a trabalhar” no nosso país, “mais 128 mil do que no trimestre anterior”.
Destaque para o setor dos serviços que foi “o mais afetado pela pandemia” e que criou, “só por si, mais 100 mil empregos, dos quais 25 mil no setor do alojamento, restauração e similares”, disse o governante.
“A capacidade de criação de emprego é um sinal de vitalidade da economia. Novas empresas, empresas que crescem ou empresas que retomam a sua atividade são aquelas que contratam pessoas porque sabem que vão ter clientes que podem necessitar dos seus serviços”, avançou Siza Vieira.
Já o ministério do Trabalho garante que o “emprego atinge o valor mais alto da década”, “o que mostra a capacidade coletiva de resposta à crise provocada pela pandemia por covid-19”.
Para Ana Mendes Godinho, “estes números mostram, uma vez mais, que os apoios extraordinários que foram criados para apoiar as empresas e o rendimento dos trabalhadores foram fundamentais para preservar o emprego durante a crise provocada pela pandemia”.
Subutilização do trabalho A subutilização do trabalho abrangeu 654,2 mil pessoas, tendo diminuído 12,3% (92,2 mil) em relação ao trimestre anterior e 12,2% (90,9 mil) relativamente ao período homólogo. Da mesma forma, também a taxa de subutilização do trabalho, estimada em 12,3%, diminuiu tanto em relação ao trimestre anterior (1,8 p.p.) como ao homólogo (2,0 p.p.). “Em grande medida, a diminuição homóloga desta taxa esteve associada à redução do número de inativos disponíveis para trabalhar, mas que não procuraram emprego”, diz o INE.
No que diz respeito à população inativa com 16 e mais anos (3 645,1 mil pessoas), esta caiu 2,9% (107,8 mil) relativamente ao trimestre anterior e 6,7% (260,3 mil) em relação ao trimestre homólogo.
Ausências e teletrabalho Segundo o gabinete de estatística, a população empregada ausente do trabalho na semana de referência caiu 37,5% (237,9 mil) em relação ao trimestre anterior e 63,1% (680,3 mil) relativamente ao segundo trimestre do ano passado. “Doença, acidente ou incapacidade temporária” foi o principal motivo, à semelhança do que usualmente se observa em segundos trimestres. “Em consequência, o volume de horas efetivamente trabalhadas registou um acréscimo trimestral de 10,6% e um aumento homólogo de 32,1%. Em média, cada pessoa empregada trabalhou 35 horas por semana”, revela o INE.
Já a proporção da população empregada que trabalhou sempre ou quase sempre em teletrabalho, foi de 14,9%, abrangendo 717,0 mil pessoas.
* Notícia atualizada às 15h00 com reações dos ministros da Economia e do Trabalho