A vaga de calor que atinge a zona do Mediterrâneo tem feito estragos a todos os níveis. Em Itália, os termómetros atingiram valores recorde de 48,8ºC em Siracusa, na ilha da Sicília, na quarta-feira, ultrapassando o anterior recorde europeu de 48,0ºC registado em 1977 em Atenas, na Grécia. O fenómeno tem origem numa crista de altas pressões atmosféricas que o país apelidou de “Lúcifer”.
Itália trava neste momento graves fogos florestais nas regiões da Calábria e da Sicília, que já vitimaram pelo menos uma pessoa, dias depois de a Grécia e a Turquia terem sido devastadas pela mesma vaga de calor e de incêndios.
Na Turquia, mais de 170 localidades tiveram de ser evacuadas. Pelo menos 7 mil agricultores viram as suas produções afetadas, com perdas de 10 milhões de euros nos milhares de hectares de área ardida.
Também na Grécia, centenas de fogos florestais deflagraram por todo o território, durante a mais intensa e prolongada vaga de calor registada desde 1987, levando até ao limite a sua capacidade de combate aos incêndios, com as autoridades a emitirem um apelo de ajuda externa.
O primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis, classificou na quinta-feira os incêndios que consomem o país há mais de uma semana como a maior catástrofe ecológica a que a Grécia alguma vez assistiu.
Em Espanha, face às temperaturas elevadas, os trabalhadores de certas atividades mais expostas às condições meteorológicas, como a agricultura e a construção civil, têm tomado medidas como optar por trabalhar durante a noite quando as temperaturas arrefecem, uma situação que “já anuncia o que ainda está por vir”, escreveu o El País na quinta-feira.