Vacinação no Porto pára e peregrinação começa

Falha nos frigoríficos de armazenamento causa interrupção da vacinação no queimódromo do Porto, levando utentes a procurar outros postos.

Foi ontem suspenso o processo de vacinação no Queimódromo do Porto devido a uma alegada falha no frigorífico que armazena as vacinas. Os utentes que iriam durante o dia ser inoculados naquele posto de vacinação foram reencaminhados para outros locais.

Num comunicado enviado às redações, a task-force de vacinação informou que a decisão de suspender a vacinação tinha sido tomada após “averiguação do cumprimento das normas e procedimentos em vigor”, sendo que vai ser solicitada uma investigação à Inspecção-Geral das Actividades de Saúde (IGAS).

Os utentes que foram vacinados entre os dias 9 e 10 de agosto (segunda e terça-feira) naquele local vão ser contactados pelas autoridades de saúde com o objetivo de monitorizar a eficácia das vacinadas administradas. No entanto, de acordo com o Infarmed, é pouco provável que, dadas as características das vacinas contra a covid-19, surja algum efeito secundário derivado da falha no processo de conservação. Se existirem suspeitas de alguma reação adversa, a mesma deve ser comunicada às autoridades através do Portal de Notificações de Reações Adversas (RAM).

O vice-almirante Henrique Gouveia e Melo, coordenador da task-force, referiu que “não há nenhum risco para essas pessoas, o único risco que pode haver é a vacinação ser considerada como um ato nulo”. Se esse for o caso, os utentes que receberam essas doses terão de ser novamente inoculados.

 

Peregrinação segura

Também em nome da segurança, a peregrinação internacional de agosto ao Santuário de Fátima, cujas celebrações tiveram inicio ontem, vai ter uma limitação de 15 mil visitantes.

A porta-voz do santuário, Carmo Rodeia, pede aos peregrinos “muita responsabilidade” e apela ao respeito pelas indicações dos acolhedores, nomeadamente no que toca a distanciamento e ao uso da máscara.

“Todas as cautelas e todos os comportamentos de segurança são-nos devidos e para podermos celebrar juntos a nossa fé e fazê-lo em segurança temos de, de facto, observar estas regras”, realça a porta-voz, acrescentando que o Santuário “tem feito da sua parte todos os esforços para que as condições de segurança no acolhimento aos peregrinos sejam efetivas”.

A peregrinação, que será presidida pelo arcebisto do Luxembro, onde 15% da população é portuguesa, integra a peregrinação nacional do migrante e do refugiado, no âmbito da 49.ª Semana Nacional de Migrações, que teve início no passado dia 8 e terminará no domingo.

Carmo Rodeia afirma ainda que, por esta ser uma peregrinação com especial importância para os migrantes, os portugueses “continuam a vir ainda de uma forma mais expressiva em agosto de férias a casa e o regresso a casa significa, também, o regresso a Fátima, seja numa peregrinação de ação de graças, seja numa peregrinação para retomar forças e cumprir aquele que também já é um hábito”.

As cerimónias começaram ontem pelas 21h30 com a recitação do terço, seguida da procissão das velas e da celebração da palavra.

A celebração começou num dia em que foram confirmadas mais 2708 infeções por covid-19 e 11 mortes. O número de internamentos voltou a registar uma descida pelo terceiro consecutivo. Ontem, estavam hospitalizadas 754 pessoas, menos 31 do que no dia anterior, sendo que em UCI estava 169 doentes, menos 12 do que quarta-feira.