Em contagem decrescente para obter o certificado digital válido e aparentemente com os mesmos queixumes do dia-a-dia pré-vacina, a onda de calor que se avizinha promete tornar o documento inútil, pelo menos por agora. Como se não fosse sempre assim, já quando o bilhete de identidade – agora cartão de cidadão -, ganhava finalmente o brilho da maioridade, de repente mais nenhum porteiro de bar ou fiscal de máquinas de cigarro se lembrava de pedir o milagroso retângulo de plástico. Melhor só mesmo se daqui a uns meses, quando voltar a fazer sentido optar pelo interior dos restaurantes, o documento tiver caducado por falta da 3.ª dose. É motivo para se ficar cheio, mesmo que seja só o saco da paciência.
Mas depois também há histórias que provocam as verdadeiras barrigadas de riso. E vem precisamente a propósito deste contexto.
O protagonista era um ‘jovem’ que já podia ter praticamente atingido pela segunda vez a maioridade se aos 18 anos voltasse à estaca zero. Ficou estupefacto porque tinha encomendado vinho para o jantar e, quando foi à porta de casa, o estafeta pediu-lhe o dia, mês e ano do seu nascimento.
Entrou em êxtase! Não se lembrava da última vez que alguém lhe tinha solicitado a identificação por desconfiar que poderia ser menor de idade.
Houve logo quem se apressasse a explicar-lhe que as tais empresas de entrega ao domicilio eram obrigadas a pedir esses elementos e que nada tinha a ver com um possível efeito a lembrar O Estranho Caso de Benjamin Button.
Não queria acreditar e no momento da desilusão ainda fez uma birra à altura da sala dos 4 anos – aí sim!
É rir para não chorar, mas eu não teria sido capaz de lhe fazer a desfeita.
De qualquer forma, fica aqui uma receita imbatível de rejuvenescimento, incomparável a qualquer produto mágico, daqueles que trazem sempre uma oferta se for uma das primeiras 20 pessoas a ligar.
Claro que não é uma serenata, mas foi a primeira vez que pelos vistos não se lamuriou com o valor da taxa de entrega.