Ex-presidente do Afeganistão disse que está “em negociações para voltar” para o país

Ashraf Ghani foi acolhido pelos Emirados Árabes Unidos “por razões humanitárias”, depois de sair do Afeganistão, horas antes dos talibãs tomarem Cabul. 

O ex-presidente do Afeganistão, que foi acolhido pelos Emirados Árabes Unidos por “razões humanitárias”, disse que está “em negociações para voltar” para o país, depois de os talibãs tomarem a capital de Cabul, no domingo.

Numa mensagem de vídeo divulgada, esta quarta-feira, na sua página do Facebook, Ashraf Ghani afirmou que apoia as negociações entre os talibãs e ex-funcionários do governo e que “por enquanto”, ficará nos Emirados “para que o derramamento de sangue e o caos parem”, frisando que “não tinha intenção” de permanecer no exílio.

"Apoio a iniciativa do governo de negociar com Abdullah Abdullah e o ex-presidente Hamid Karzai. Quero o sucesso desse processo", disse, no momento em que apareceu pela primeira vez em público desde que fugiu do Afeganistão.

Os Emirados Árabes Unidos anunciaram esta quarta-feira que tinham acolhido Ashraf Ghani, após sair do seu país, horas antes do grupo extremista controlar Cabul.

O anúncio ocorre no momento em que a capital afegã começa a regressar à normalidade, embora o medo prevaleça entre a população, nomeadamente nas mulheres.

Ashraf Ghani, que estudou na Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, foi eleito presidente do Afeganistão em 2014, prometendo que iria reparar o país e acabar com a corrupção. Nenhuma destas promessas foram cumpridas por Ghani, que foi forçado a renunciar o cargo.

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