O candidato do PS à Câmara Municipal do Porto acusou o presidente da autarquia, Rui Moreira, de passar “culpas para terceiros” em relação ao problema na refrigeração das vacinas, obrigando à suspensão do centro de vacinação no Queimódromo do Porto, que se mantém ainda encerrada desde a passada quarta-feira.
"Agora, como faz sempre que há algum problema, Rui Moreira ou passa culpas para terceiros ou mantém-se desaparecido em local incerto", criticou Tiago Barbosa Ribeiro num comunicado, no qual frisou que a abertura do centro de vacinação foi uma iniciativa do município portuense.
O candidato recordou que, em abril, Rui Moreira aprovou um memorando, onde afirma que “o Município do Porto criará, financiará e disponibilizará um Centro de Vacinação COVID-19, em Drive-Thru, no Queimódromo do Porto, para facilitar o processo de vacinação em curso, assegurando a logística, operação, organização de fluxo, os técnicos de vacinação e o apoio médico no espaço".
Ao fazer uso de “propaganda agressiva”, o presidente, realçou o socialista, “pressionou” publicamente as autoridades para a abertura de um centro de vacinação "’drive-thru’ no Porto", que é gerido pela empresa privada Unilabs, "quando em todo o país o processo funciona em plena articulação entre o Governo, a task-force, as autoridades de saúde e os municípios".
Ainda assim, a Câmara do Porto indicou à agência Lusa que a prestação de serviços de saúde, o fornecimento de vacinas, o controlo e o acompanhamento da operação "é da exclusiva responsabilidade do Ministério da Saúde".
No mesmo comunicado, Tiago Barbosa Ribeiro defendeu a decisão tomada pela task-force, ao reafirmar “a sua solidariedade”, apelando “a que todas as responsabilidades sejam apuradas”.
O candidato espera que esta situação sirva de “exemplo” para Rui Moreira e que daqui a diante "não existam mais pressões da autarquia sobre as autoridades de saúde, que têm tido um trabalho notável na gestão e no sucesso de todo o processo de vacinação".
Confrontada com as críticas do socialista, a autarquia esclareceu que "durante este período pandémico e, em particular, no que toca ao processo de vacinação, sempre disponibilizou os recursos necessários, nomeadamente através da cedência de viaturas aos ACES, da disponibilização de serviços da Polícia Municipal e Proteção Civil, da verba para aluguer de tendas para Centro de Vacinação do Cerco, da cedência de escolas, do protocolo com as centrais de táxis para transporte de utentes aos centros de vacinação, bem como do espaço no Queimódromo".
Neste momento, a task-force está a realizar um inquérito para apurar as circunstâncias que levaram aos problemas de refrigeração de vacinas contra a covid-19. O centro de vacinação no Queimódromo do Porto só irá reabrir depois de apuradas as causas do sucedido e do atraso na participação da ocorrência à task-force.
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