O incêndio que começou a lavrar ao início da tarde de quarta-feira na freguesia de Sabóia, em Odemira, foi dado como dominado às 18h40 desta quinta-feira. As chamas tinham "potencial de dano que poderia chegar a 6 mil hectares", frisou o responsável da Proteção Civil.
Em conferência de imprensa, José Guilherme Matos explicou que o incêndio "teve uma velocidade de propagação com alguma violência". Segundo o site da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), pelas 19h45, estavam ainda no terreno 658 operacionais, apoiados por 218 veículos e quatro meios aéreos.
O responsável, ao garantir que o fogo está controlado, disse que segundo apurado "[o fogo] tem cerca de 1.100 hectares, com um perímetro estimado de cerca de 20 quilómetros". "Dá para ver as dificuldades que os operacionais tiveram para chegar ao dia de hoje, a esta hora, com o incêndio dominado", realçou.
Os meios de combate vão continuar no local, assegurou a Proteção Civil, dado que "há muito trabalho ainda pela frente, algumas horas no trabalho de consolidação". Ainda "por questões de segurança", José Guilherme Matos informou que a Estrada Nacional 266 e o Caminho Municipal 1.160 permanecerão encerrados a trânsito civil.
"Só vamos dar o incêndio como finalizado quando todos tivermos a certeza que este incêndio não irá reativar", salientou, ao apontar que o fogo decorreu "no concelho de Odemira", sem atingir zonas vizinhas.
As chamas consumiram durante mais de 24 horas “largas centenas de hectares”, numa zona de povoamento misto, com mato, eucaliptos, montado de sobro e pinheiros, apurou a Proteção Civil. De sublinhar que esta autoridade irá realizar uma conferência de imprensa para explicar o novo ponto de situação do incêndio, na Junta de Freguesia de Sabóia.
O comandante operacional distrital de Beja também indicou que as 17 pessoas que foram retiradas das suas casas já regressaram às habitações, realçando que não há casas em risco.
Na sequência deste incêndio, quatro pessoas ficaram feridas, uma das quais em estado grave. Um jovem, de 20 anos, que teve "queimaduras de primeiro e segundo grau" em 40% do corpo, apontou o comandante, ao acrescentar que "uma pessoa foi assistida e há três feridos leves".
O levantamento mais rigoroso da área ardida será ainda efetuado pela GNR.
O combate tem envolvido meios dos bombeiros e da Força Especial de Proteção Civil, assim como a AFOCELCA, GNR e Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).
Segundo o presidente da Câmara de Odemira, "muitas colmeias arderam" e “algumas iniciativas florestais de projetos agrícolas nessa área do medronhal, infelizmente, foram perdidas”.
Segundo o Ministério da Agricultura, os agricultores que foram afetados pelas chamas nos concelhos de Odemira e Monchique já podem reportar os prejuízos causados, para avaliar a possibilidade de acionar possíveis apoios.