Afeganistão. Vários mortos em protestos contra talibãs

Em reação aos primeiros protestos contra os novos senhores do Afeganistão, os talibãs dispararam sobre manifestantes.

Os talibãs que tomaram o poder no Afeganistão dispararam a matar sobre os manifestantes que organizaram várias ações de protesto contra os radicais islâmicos em várias localidades do país.

Na cidade de Asadabad, os combatentes talibãs dispararam contra uma multidão, onde se encontravam diversos indivíduos que agitavam bandeiras do Afeganistão, provocando pelo menos duas vítimas mortais e oito feridos.

No primeiro dia após a tomada de Cabul, houve vários protestos isolados, assim como várias pessoas, incluindo mulheres, a deslocarem-se pelas ruas junto a combatentes talibãs, com a bandeira antiga e entoando: ‘A nossa bandeira é a nossa identidade’, reportou o Al Jazeera.

Na quarta-feira, em protestos que ocuparam as ruas de Jalalabad, os talibãs terão matado pelo menos três moradores que tentavam colocar uma bandeira nacional numa praça e deixaram vários feridos que tiveram de ser transportados para o hospital.

Mais tempo para as tropas americanas Entretanto, o Presidente dos EUA, Joe Biden, informou que as tropas americanas vão poder permanecer no Afeganistão até depois da data prevista, dia 31 de agosto, de forma a ajudar à evacuação de todos os cidadãos dos Estados Unidos.

“Se ainda se encontram cidadãos americanos no Afeganistão, nós vamos permanecer até conseguirmos retirar todos”, disse Biden à ABC News, implicando que iria ouvir as opiniões dos legisladores americanos sobre a decisão de deixar as tropas permanecer neste país para além da data estabelecida.

Apesar das críticas à forma como foi efetuada a retirada das tropas, Biden continuou a defender o método seguido e a saída  das tropas do Afeganistão afirmando que não existe maneira das forças armadas americanas abandonarem este país “sem o caos”.

“A ideia de que poderia haver uma forma de escapar sem causar caos, não sei como isso poderia ter acontecido”, afirmou o Presidente norte-americano, depois de ser questionado sobre se os Estados Unidos não deveriam ter feito mais tanto na planificação para a evacuação como na retirada, que foi marcada por cenas de violência e caos, enquanto milhares tentavam fugir dos talibãs.

Quando confrontado pelo entrevistador, George Stephanopoulos, sobre as imagens de “centenas de pessoas amontoadas num avião C-17” e de “afegãos a caírem” de uma outra aeronave norte-americana a descolar de Cabul, Biden apontou que as imagens são de “há quatro, cinco dias”, apesar de estes dois casos referidos pelo jornalista terem ocorrido na segunda-feira, dois dias antes da entrevista.

A forma como a Casa Branca está a gerir a situação no Afeganistão colocou Joe Biden numa posição sensível. Segundo uma sondagem do instituto Ipsos para a Reuters, a sua taxa de aprovação baixou sete pontos percentuais, o nível mais baixo desde que foi eleito e a pior classificação entre os três Presidentes que estiveram à frente da guerra mais longa dos Estados Unidos.