Depois dos Jogos Olímpicos e da campanha de vacinação praticamente concluída, o Japão prepara-se para receber a mais recente edição dos Jogos Paralímpicos, que terão início esta terça-feira, e onde os atletas que representam Portugal esperam, pelo menos, igualar o número de medalhas dos seus colegas olímpicos (quatro).
Com uma comitiva composta por 33 atletas, que vão estar presentes em modalidades como o atletismo, boccia, ciclismo, hipismo, judo, natação e, pela primeira vez, na canoagem e no badminton (modalidade que se estreia no programa paralímpico), o grande destaque da seleção é o rejuvenescimento, que conta com 17 estreantes.
Apesar da forte componente de juventude, o primeiro atleta português a entrar em prova vai ser o “veterano” David Grachat, nesta quarta-feira, à uma da manhã, na prova de 400 metros livres/S9, à 1 hora. David Grachat assinala a sua quarta presença em Jogos Paralímpicos.
A natação nacional está recheada de talentos que, apesar de se estarem a estrear na prova, aspiram bater recordes – como Daniel Videira, Diogo Cancela, Ivo Rocha, Marco Meneses e Susana Veiga. A nadadora é a atual campeã e recordista europeia dos 50 metros costas, na classe S9. Uma vez que esta classe não existe nos Paralímpicos, Susana Veiga terá de competir na classe S1, explicou o coordenador da modalidade, Carlos Mota. “Manter-se entre as mais rápidas será uma tarefa difícil, mas vamos ver”, acrescentou.
A glória e a dificuldade da pandemia Segundo a chefe da missão portuguesa em Tóquio, Leila Marques, a missão portuguesa tem contratualizada no contrato-programa a conquista de quatro medalhas e 22 diplomas”, apesar de revelar que será um objetivo complicado devido “às dificuldades de preparação impostas pela pandemia da covid-19”. Uma das modalidades que mais esperança atrai entre os portugueses é o atletismo.
Esta é a categoria em que Portugal conseguiu mais medalhas, com um total de 53, e conta com um homem que já conheço o sabor do pódio olímpico, Manuel Mendes, medalha de bronze na maratona T46 dos Jogos do Rio em 2016, e com o campeão europeu e recordista mundial do lançamento do peso F40 (baixa estatura), Miguel Monteiro.
Portugal vai contar com dez atletas nesta modalidade. Além dos citados, conta ainda com três estreantes – Cláudia Santos, João Correia e Sandro Baessa –, que se juntam a atletas mais experientes – entre os quais Odete Fiúza, que soma a sua sétima participação paralímpica. No entanto, lamenta a ausência de Luís Gonçalves, medalhado em Pequim em 2008 e no Rio em 2016, e Lenine Cunha, considerado o desportista mais medalhado do mundo (conta com 218 medalhas), que subiu ao pódio nos Jogos Paralímpicos de Londres, em 2012.
Depois do atletismo, o boccia é a segunda modalidade mais medalhada em Portugal, com 26 medalhas. Com um grupo constituído por 10 atletas, o mais condecorado é José Macedo, que, em 2016, conquistou a medalha de bronze.
O grupo de 10 atletas conta com novos participantes, mas, apesar desta renovação, mantém-se com José Macedo (BC3), que conquistou a medalha de bronze no Rio de Janeiro, e parte da equipa de BC1/BC2, que também subiu ao terceiro lugar do pódio em 2016. Já a estreia portuguesa no badminton vai ser marcada pela presença de Beatriz Monteiro, com apenas 15 anos.