A Universidade de Évora (UÉ) anunciou ontem que, “face à atual crise humanitária no Afeganistão”, vão ser disponibilizadas “10 posições para trabalhadoras afegãs”.
Estes postos de trabalho vão ser em várias áreas, dependendo “do conhecimento que as trabalhadoras tiverem”.
Além disso, a UÉ vai também “permitir o acesso, em fase de ingresso excecional, desde que acordado com a tutela, a estudantes afegãos que pretendam prosseguir os estudos de ensino superior em Portugal”.
Ana Costa Freitas, reitora da instituição, afirmou que “é impossível ficarmos indiferentes ao sofrimento do povo afegão e, muito concretamente, das mulheres afegãs”, acrescentando que, a seu ver, “a proteção dos Direitos Humanos, como o Direito à Educação, tem de ser salvaguardada”.
Ana Costa Freitas reitera que a iniciativa está “alinhada com os valores da instituição”, em particular, “o respeito pela dignidade humana e a ausência de discriminação social, étnica ou confessional”.
Do mesmo modo, a reitora lembra que a iniciativa vai também ao encontro de outras instituições, entre as quais a Direção Regional de Cultura do Alentejo, “no sentido de se conseguir alojamento para uma fase de acolhimento” destes afegãos.
A Universidade de Évora adiantou ter já comunicado esta disponibilidade ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES), que tutela a instituição.
É de recordar que em 2015, no contexto da crise na Síria, foi acolhido na universidade um grupo de 30 estudantes daquele país, através da Plataforma Global de Assistência a Estudantes Sírios, criada por Jorge Sampaio em 2013.
Os talibãs controlam Cabul desde o dia 15 de agosto, sendo que a tomada da capital põe fim a uma presença militar estrangeira de 20 anos no país.