Portugal ocupa o 12.º lugar na União Europeia em termos de testes semanais à covid-19 por 100 mil habitantes, mantendo-se ligeiramente acima da média da UE mas distante dos primeiros lugares. Segundo o último relatório semanal do Centro Europeu de Controlo e Prevenção de Doenças, o país ocupa agora o 12.º lugar na realização de testes, com uma positividade com tendência crescente e de novo acima do patamar considerado de segurança pela Organização Mundial de Saúde – quando mais de 4% dos testes dão positivo.
Há países a testar proporcionalmente menos e com maior taxa de positividade, como Espanha, Irlanda ou a Alemanha, com taxas de positividade acima de 8%. Por outro lado, a testagem continua a ser liderada por Chipre, Áustria e Dinamarca, os três com taxas de positividade inferiores a 1%.
Na última semana analisada pelo organismo europeu, a que terminou a 22 de agosto, Portugal fez 3763 testes por 100 mil habitantes, sendo a quinta semana consecutiva em que se regista uma descida da testagem no país, que tem sido acompanhada nas últimas semanas por uma ligeira subida da taxa de positividade. No último relatório de monitorização de linhas vermelhas publicado pela Direção Geral da Saúde e pelo Instituto Ricardo Jorge a taxa de positividade, atualmente de 4,4%, é considerada estável, embora “acima do limiar estabelecido”, sendo também referida a descida da testagem. A situação epidémica é considerada de elevada intensidade, com tendência estável a nível nacional e crescente na região Centro, com tendência para aumento de infeções e pressão nos hospitais.
Testes comparticipados em setembro Segundo os dados publicados pela DGS, a descida na testagem verifica-se tanto nos testes PCR como nos testes rápidos, sendo mais acentuada nos segundos.
Esta segunda-feira o Ministério da Saúde anunciou que os testes rápidos de antigénio vão continuar a ser comparticipados em setembro. Recorde-se que, em junho, a comparticipação de testes foi alargada a quem não tem sintomas, que deve contactar a linha de Saúde 24 para fazer um teste PCR, passando a ser comparticipados testes rápidos nas farmácias e laboratórios aderentes como alternativa ao certificado de vacinação para acesso a restauração, hotelaria e recintos. O diploma de 30 de junho fixou no entanto um limite de quatro testes gratuitos por utente por mês mas apenas para quem não tenha a vacina completa da covid-19 há mais de 14 dias e menores de 12 anos, que não foram vacinados.
Atualmente, 73% da população já tem as duas doses, pelo que o universo de pessoas elegíveis para fazer testes gratuitamente baixou. O i tentou perceber junto do Ministério da Saúde se a comparticipação de testes rápidos a 100% se vai manter ao longo do próximo mês apenas para quem não está vacinado e crianças com menos de 12 anos mas não obteve resposta.
Com o outono à porta, ontem o responsável europeu da Organização Mundial de Saúde, Hans Kluge, alertou para o perigo na estagnação da vacinação na região – Portugal surge aqui em contraciclo e é, depois de Malta com menos de 1 milhão de habitantes, o país da UE com maior cobertura vacinal e o sexto com maior cobertura a nível mundial, só atrás de Malta, Singapura, Emirados Árabes Unidos, Qatar e Islândia. O responsável defendeu a necessidade de uma terceira dose, um mês depois da OMS ter pedido aos países que atrasassem esse processo, e defendeu a necessidade de medidas que garantam que as escolas abrem e continuam a funcionar. Além da vacinação de pessoal e crianças com mais de 12 anos, apelou à necessidade de assegurar higienização e ventilação, reduzir o tamanho das turmas quando possível, manter distâncias e máscaras (dependendo da avaliação de risco) e promover testagem regular de crianças e staff. Kluge alertou que vários países europeus estão a observar um aumento da pressão hospitalar. As projeções da OMS, reveladas pelo responsável, apontam para mais 236 mil mortes na Europa até 1 de dezembro.