Socialismo ou Liberdade

Estas eleições autárquicas são um primeiro capítulo para a libertação do povo português do socialismo que culminará daqui a dois anos com as eleições legislativas

Por Abel Matos Santos
Ex-membro da direção do CDS e fundador do TEM

Vivemos um tempo estranho, difícil de interpretar e compreender, vivemos tempos exigentes para todos, e, em termos políticos inicia-se um ciclo de eleições, primeiro autárquicas e depois legislativas que serão fundamentais para o arranjo da sociedade e para a afirmação do nosso modo de vida.

Com uma Esquerda estabilizada e anquilosada, ora mais marxista ora socialista, já todos conhecemos as suas propostas e a sua forma de intervir na sociedade, limitando-a e criando obstáculos à liberdade individual e coletiva, impondo uma visão das coisas e uma ideologia totalmente anacrónica.

Talvez como reação a esta situação, a Direita sofreu uma reorganização como não se via há décadas, com a emergência de novos partidos, de novos atores políticos e de novas propostas. Contudo, a Direita continua dividida, sem projeto comum e agregador e acima de tudo sem se apresentar como uma verdadeira alternativa de governação, credível, estável e exequível.

Há uns anos, no Partido Popular de Manuel Monteiro existia uma publicação com o nome ‘Socialismo ou Liberdade’, afirmando a necessidade de nos livrarmos do Socialismo para sermos livres. Recupero esta expressão pois não pode ser e estar mais atual perante as opções que temos. Quer em termos políticos e eleitorais, quer perante a necessidade de recuperarmos as nossas liberdades bem como de nos realizarmos individualmente e como sociedade.

Penso que o contributo, em termos políticos, deve ser o de agregar e juntar a Direita num grande movimento que coloque de parte os pequenos poderes e os desejos de afirmação pessoal para nos focarmos num grande desígnio nacional, onde a pessoa deve estar no centro da ação política.

O Estado deverá servir o cidadão e organizar-se no sentido de responder, não só, às aspirações mais básicas do ser Humano, como a saúde, a habitação, o emprego e a educação, mas também à cultura, à ciência e tecnologia, ao lazer e à afirmação da qualidade de vida.

A afirmação dos valores sobre os quais nos fundámos enquanto Nação soberana e Pátria definidora de novos mundos e avanços, devem ser estruturantes na formação de um projeto afirmativo e ganhador.

Contando com a experiência e com o extraordinário contributo para a sociedade que instituições seculares como, por exemplo, a Igreja e as misericórdias têm dado, reforçando e olhando para o nosso património atlântico ligado ao Mar e ao mundo que fala português, a portugalidade. Este património vasto, também ele emocional e imaterial que desprezámos e que urge recuperar e afirmar.

Estas eleições autárquicas são um primeiro capítulo para a libertação do povo português do Socialismo que culminará daqui a dois anos com as eleições legislativas. É fundamental que se interpretem e leiam os resultados autárquicos e que os protagonistas à Direita saibam criar condições para que a grande casa da Direita possa existir.

Portugal precisa e os portugueses também! Na realidade, ou é Socialismo ou Liberdade! A escolha é de todos nós!