O Brasil é um fenómeno e um desafio para as teorias económicas. Tem uma das cinco maiores reservas financeiras do mundo, mais de 300 mil milhões de dólares e um superávit na balança comercial superior a 40 mil milhões de dólares.
Mas não recebe investimentos fixos compatíveis, a moeda está desgastada, possui dívidas, interna e externa, perto dos noventa por cento do PIB. Motivo: má gestão, ambiente de negócios hostil ao capital, despesa pública com pessoal fora do aceitável.
A falta de confiança por questões políticas é tal que a Petrobras não conseguiu vender duas importantes refinarias, em Pernambuco e no Paraná, diante das ameaças do candidato Lula da Silva de anular vendas da estatal petrolífera, que quase vai à falência nos governos de esquerda.
O conceituado economista Eduardo Gianetti, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, declarou que «Paulo Guedes se desmoralizou ao não resistir aos impulsos populistas do Presidente».
As classes empresariais prepararam uma carta pública apelando para o entendimento dos poderes da República. Entre as entidades a Federação dos Bancos. Irritado, o Presidente Bolsonaro mandou o Banco do Brasil e a Caixa Federal deixarem a entidade. Os empresários desistiram.
Ficou claro que o Presidente espera que a semana seja tumultuada pelas manifestações. Pode ser, mas ninguém acredita que ele possa fazer algo de extralegal contra o Judiciário e no caso de convulsão perde o Legislativo. As próximas semanas serão quentes.
Variedades
– A Pfizer firmou contrato com a brasileira Eurofarma para fabricar a vacina contra a covid-19. A produção pode começar ano que vem e deve ser de cem milhões de doses anuais.
– Há rumores de que finalmente o jogo será liberado no país. A manutenção da proibição é uma hipocrisia. As diferentes loterias sob gestão da Caixa Económica Federal rodam milhões por semana e a reabertura de cassinos e bingos geraria, a curto prazo, mais de cem mil empregos diretos. As resistências estariam na chamada ‘bancada evangélica’ no Congresso.
– O governo do Rio estuda fechar ou vender a UERJ e passar a distribuir bolsas nas universidades particulares. Com a má gestão, absentismo grande, o custo por aluno é maior do que o das mensalidades cobradas pelas instituições privadas. A esquerda protesta.
– Dias mais quentes, escolas fechadas e desemprego formam a receita para a volta dos ‘arrastões’ que assustam os moradores da orla marítima do Rio, com as praias cheias. Mesmo durante a semana, o pânico está instalado na cidade.
– A semana promete. Pode definir os rumos da crise envolvendo os três poderes da República. Rompido com o Judiciário, Bolsonaro criticou o senador Rodrigo Pacheco, que não aceitou sua representação contra um juiz da Suprema Corte. O Presidente, cada vez mais isolado, conta apenas com seus adeptos populares, que coloca nas ruas em manifestações sem base lógica. Na quarta-feira 9, o panorama pode ficar mais claro.
– O mundo não percebe as mudanças. O grupo dos emergentes (Brasil, Indonésia, Turquia, África do sul, México e Rússia) pode ter PIB maior do que seis do G7 – Reino Unido, Japão, Alemanha, França, Itália e Canadá. Excluídas as potências China e EUA, de cada agrupamento. Informação a ser refletida. O mundo será, em termos económicos, outro em 20 anos.
– Mesmo com o número de óbitos diários caindo, o Delta assusta e preocupa o Rio. Apenas um pouco mais de 30% do país vacinado com as duas doses. É muito pouco!
Rio de janeiro, setembro de 2021